A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (26), mais uma fase de uma operação derivada da Lava Jato.
A Operação O Recebedor apura os desdobramentos da Lava Jato com base em informações coletadas delações premiadas e documentos. A investigação foca no pagamento de propina para a construção das ferrovias Norte-Sul, integração Leste-Oeste. Há indícios de prática de cartel e lavagem de dinheiro.
Só em Goiás, a PF apurou mais de R$ 630 milhões desviados na construção da ferrovia Norte-Sul.
São cumpridos sete mandados de condução coercitiva e 44 mandados de busca e apreensão, no Paraná, Maranhão, Rio, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Goiás.
Entre os alvos de busca e apreensão estão a sede da Odebrecht, no Rio de Janeiro, a da Constran, em São Paulo. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal de Goiás conduzem a operação.
Os investigadores concluíram que as empresas fechavam contratos simulados.
Um escritório de advocacia e duas empresas com sede em Goiás eram usadas de fachada para maquiar a origem ilegal de dinheiro, proveniente de fraude de licitações publicas.
Na capital paulista, policiais estão na sede da Constran e na casa de um ex-funcionário da Serveng, empresa que atua nas áreas de engenharia e construção, mineração e energia.
O nome da operação faz referência à defesa apresentada por um dos alvos em uma investigação anterior intitulada "Trem Pagador", na qual seus advogados alegaram que "se o trem era pagador, o alvo não fora o recebedor".
Os envolvidos devem responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
OPERAÇÃO CRÁTONS
Segundo a reportagem apurou, a Operação O Recebedor é fruto do desmembramento da Operação Crátons, filhote da Lava Jato que investiga um esquema de comércio e exploração ilegal de pedras preciosas em reserva indígena em Rondônia. Ela se iniciou a partir do rastreamento das atividades do doleiro Carlos Habib Chater, preso na primeira fase da Lava Jato, em março de 2014.
Segundo a PF, empresários, garimpeiros, comerciantes e até indígenas participavam da exploração de diamantes na reserva indígena Parque do Aripuanã, num local conhecido como Garimpo Lage, usufruto de índios da etnia Cinta Larga.
Escrito por Da Redação
Publicado em 26.02.2016, 08:08:00 Editado em 27.04.2020, 19:52:40
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