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Mais duas offshore podem estar ligadas a partidos e a Santana, diz PF

RUBENS VALENTE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal quer descobrir os proprietários de duas firmas offshore que podem ajudar a formar o quebra-cabeça que envolve as suspeitas, levantadas na Operação Acarajé, sobre o marqueteiro João Santana. Par

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.02.2016, 21:09:01 Editado em 27.04.2020, 19:52:46
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RUBENS VALENTE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal quer descobrir os proprietários de duas firmas offshore que podem ajudar a formar o quebra-cabeça que envolve as suspeitas, levantadas na Operação Acarajé, sobre o marqueteiro João Santana. Para a PF, "é provável" que os proprietários das duas offshores, a Neonel International e a Leawood Associates, se tratem de "pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores ou a outra agremiação política ligada".
As offshores cujos donos são desconhecidos pela PF, Neonel e Leawood, receberam, em contas no banco Union Bancaire Privée, na Suíça, um total de US$ 4,85 milhões de Zwi Skornicki, um acusado de operar pagamentos de propinas sobre serviços relativos à Petrobras. Ele fez os depósitos por meio de uma firma que dirigia, a Windsor Ventures International.
Os pagamentos, segundo a PF, ocorreram na mesma época em que Skonicki fez transferências à offshore do marqueteiro João Santana, a Shellbil Finance, em Nova York.
De acordo com documentos apreendidos pela PF, um acordo comercial entre Windsor e Leawood, no valor de US$ 3,85 milhões, foi estipulado em 15 abril de 2014. Oito dias depois desse contrato, Mônica postou nos Correios uma carta dirigida a Skornicki com os dados bancários para receber depósitos em favor da Shellbil Finance. A carta foi o estopim da Operação Acarajé.
Segundo a PF, trata-se de "interessante coincidência de período temporal". "No mesmo período em que Skornicki deveria começar a realizar depósitos em favor de João Santana, possivelmente relacionados a serviços que este prestava em favor do Partido dos Trabalhadores, também realizou pagamentos em favor das offshore Neonel International e Leawood Associates", diz relatório da PF subscrito pelo delegado Filipe Pace. Para o policial, os eventos "distanciam-se da mera coincidência".
Segundo a apuração da PF, Skornicki e seu filho, Bruno, eram representantes do estaleiro Keppel Fels no Brasil nos contratos fechados com a Petrobras, que totalizaram US$ 553 milhões entre 2003 e 2009. Segundo um dos delatores da Lava Jato, o ex-gerente de engenharia da Petrobras Pedro Barusco, todos esses contratos "ensejaram o pagamento de vantagens indevidos em favor dele [Barusco], do [ex-diretor] Renato de Souza Duque e do Partido dos Trabalhadores, realizados por Zwi Skornicki".
A PF cruzou as datas e concluiu que um contrato de consultoria feito entre a Windsor e a Neonel "se refere às vantagens indevidas da construção, montagem e integração da plataforma P-56 -o contrato ainda estava em vigência quando se iniciaram os pagamentos em questão, a partir de 30 de abril de 2013, devidos em razão da corrupção de agentes públicos".
Ainda de acordo com relatório da PF, "há provável vinculação" entre os pagamentos realizados a João Santana no exterior, executados por Skornicki, e "os pagamentos de vantagens indevidas que este [operador] realizou em virtude de contratos vigentes, à época, da Keppel Fels com a Petrobras".
PÓS-LAVA JATO
A quebra do sigilo bancário da conta mantida pela offshore atribuída a João Santana em Nova York, a Shellbil Finance, mostrou que ela foi beneficiada com depósitos remetidos por Skornicki mesmo depois da deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014. De acordo com a PF, ocorreram nove transferências de uma conta controlada por Skornicki no Delta National Bank & Trust, em Nova York, no valor total de US$ 4,5 milhões, para a Shellbil Finance no Banque Heritage.
Das nove transações, cinco ocorreram depois do início da Lava Jato. Foram cinco transferências no valor unitário de US$ 500 mil, totalizando US$ 2,5 milhões. O último depósito ocorreu em novembro de 2014, após a deflagração da sexta fase da Lava Jato e na iminência da sétima, "quando já era de amplo conhecimento público que as investigações apuravam crimes de corrupção e lavagem cometidos por organizações criminosas instaladas na Petrobras", diz o relatório da PF.

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