GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A presidente Dilma Rousseff pretende definir nos próximos dias o substituto de Luís Inácio Adams no comando da AGU (Advocacia-Geral da União), nome que participará da elaboração da defesa da petista no processo de impeachment que tramita atualmente no Congresso.
Em janeiro, o ministro responsável por defender o governo federal no julgamento sobre as chamadas pedaladas fiscais, que embasam o pedido de afastamento da petista, avisou que deixará o posto em 29 de fevereiro.
A presidente chegou a solicitar a ele que ficasse no cargo até abril, quando o Palácio do Planalto acredita que o processo de impedimento terá um desfecho na Câmara. O pedido, no entanto, não demoveu o ministro, que se reunirá nesta semana com a presidente para discutir nomes para sua sucessão.
Na lista analisada pela presidente, dois nomes têm sido apontados como favoritos: o do ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência Marcelo Siqueira, que tem o apoio de Adams, e o do procurador-geral do Banco Central, Isaac Menezes Ferreira.
O último nome tem ganhado força nos últimos dias entre ministros e auxiliares da petista. No início do ano passado, ele chegou a ser convocado pelo Planalto para defender a gestão da presidente em relação às pedaladas fiscais e é um crítico do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), inimigo do Palácio do Planalto.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta terça-feira (16), Isaac Ferreira acusou o peemedebista de ter atuado com abuso de autoridade e afirmou ainda que o país sofreu uma espécie de sequestro. Ele participou ainda de investigação que demonstrou a omissão pelo presidente da Câmara dos Deputados de contas no exterior.
RESISTÊNCIA
Além deles, a presidente avalia os nomes do coordenador jurídico da última campanha da petista, Flávio Caetano, responsável por sua defesa em processo de cassação na Justiça Eleitoral, e do subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, Jorge Messias.
Segundo ministros e auxiliares, contudo, a petista tem demonstrado resistência em indicar qualquer um dos dois, já que considera que ambos têm tido um bom desempenho em suas atuais funções, consideradas estratégicas para o governo federal.
Nome considerado desde o ano passado favorito para o posto, o secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, não saiu do radar da petista, mas tornou-se, segundo assessores e auxiliares, uma alternativa pouco viável.
O ex-chefe de gabinete da presidente foi escalado para comandar uma espécie de supersecretaria no Ministério da Justiça, a qual englobará as atribuições da Secretaria de Reforma do Judiciário.
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.02.2016, 10:06:54 Editado em 27.04.2020, 19:52:49
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