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Para membro do Conselho de Ética, 'parlamentares votam com o bolso'

DÉBORA ÁLVARES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS) causou indignação em seus pares na tarde desta terça-feira (16) ao chamar, durante reunião do Conselho de Ética da Câmara, muitos parlamentares de corruptos, sem se referir,

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.02.2016, 19:44:53 Editado em 27.04.2020, 19:52:55
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DÉBORA ÁLVARES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS) causou indignação em seus pares na tarde desta terça-feira (16) ao chamar, durante reunião do Conselho de Ética da Câmara, muitos parlamentares de corruptos, sem se referir, contudo, a nenhum dos presentes.
"Muitos parlamentares aqui são corruptos e votam com o bolso. Somos aqui a representação da sociedade que tem a sua parcela de corruptos representada", afirmou o tucano.
Na ocasião, o deputado criticava uma série de procedimentos adotados pelo Conselho que, segundo ele, tem atrasado o processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Tem um grupo do Cunha que não quer que essa decisão seja tomada. Tem um grupo ligado ao PT que não quer que essa decisão seja tomada. E vemos terceiro grupo que gosta do espaço de mídia que o prolongamento traz aos seus representantes", disse.
Marchezan concordou com a argumentação de Cunha que serviu de base para a destituição do primeiro relator do caso, o deputado Fausto Pinato (PRB-SP), segundo a qual ele não poderia ter assumido o papel já que faz parte do mesmo bloco do peemedebista.
Também disse que Pinato errou ao abrir espaço ao advogado do presidente da Casa, Marcelo Nobre, para a apresentação de uma defesa prévia. "Não há previsão no regimento. Agora, quando ele exige, alega cerceamento de defesa".
O tucano também criticou a postura do novo relator, Marcos Rogério, de não acatar, na última reunião do Conselho no ano passado, o pedido de vista de aliados de Cunha.
A posição foi alvo de uma questão de ordem que, acatada pela Mesa Diretora da Casa, levou ao cancelamento da sessão e à anulação da votação em que o parecer de Rogério, pela admissibilidade do processo de cassação de Cunha, havia sido aprovado.
STF
Para Nelson Marchezan, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), também comete um erro com a intenção de ingressar no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão da Mesa que anulou a votação do parecer de Rogério.
"Vamos errar e entrar com esse mandado de segurança? Vai anular a decisão dele, mas a decisão vai voltar pra ele e teríamos que ter dado vistas. Porque não apresentar de imediato esse relatório?", questionou o parlamentar do PSDB.
O deputado aproveitou para também criticar a decisão de Araújo de não colocar o relatório de Rogério votação hoje. O presidente alegou que gostaria de se posicionar sobre a decisão da Mesa. Afirmou que se baseou em questão de ordem anterior, decidida de forma semelhante por Cunha em plenário.
Na quarta (17), Rogério deve ler seu parecer que será pela admissibilidade do processo contra o peemedebista. Os aliados de Cunha pedirão vistas e, desta vez, o pedido deve ser acatado.
"Sugiro que, efetivamente, leia-se o relatório, e se conceda as vistas, e se encaminhe para votação e que cada parlamentar aqui vote com a sua consciência, ou com o seu bolso, ou o seu partido, ou seu eleitorado determinar que ele vote", encerrou Marchezan.
A dura fala do deputado foi criticada, e o deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) chegou a pedir que o termo "bolsos" fosse retirado das notas taquigráficas, mas Marchezan reiterou sua fala.

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