SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse nesta segunda (15), em São Paulo, que a Justiça Eleitoral terá um "grande desafio" para coibir o caixa 2 nas eleições municipais deste ano e que recursos desviados da Petrobras poderão abastecer campanhas.
"Temos uma eleição desafiadora. Pela primeira vez vamos ter uma eleição sem doações das pessoas jurídicas privadas, portanto, corremos o risco de termos caixa 2", afirmou.
"Se de fato houve apropriação de recursos ilícitos em montantes muito significativos, pode ser que esses recursos venham para as eleições na forma de caixa 2 ou até na forma disfarçada de caixa 1. Porque nós vamos ter doações de pessoas físicas, pode ser que recursos sejam dados a essas pessoas para que elas façam a doação aos partidos políticos ou aos candidatos. Tudo isso precisa ser olhado com muita cautela", completou, em referência aos desvios apurados pela Operação Lava Jato.
Mendes, que assumirá a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio, no lugar de Dias Toffoli, é contrário à proibição de doações de empresas, mas acabou sendo voto vencido no Supremo.
O ministro disse ainda não acreditar que as defesas da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice, Michel Temer (PMDB), tentarão ganhar tempo nas ações que tramitam no TSE e que podem levar à cassação de seus mandatos.
Como a Folha de S.Paulo noticiou nesta segunda (15), nos bastidores, o PT aposta na mudança de comando do TSE para protelar o desfecho dos processos.
"Não acredito que haja manobras dilatórias e, se houver, o tribunal dispõe de mecanismos para inibir", disse.
As declarações foram concedidas após um evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista.
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.02.2016, 20:10:39 Editado em 27.04.2020, 19:52:56
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