MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

Oposição reage a delação de ex-diretor da Petrobras que citou Lula

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Líderes da oposição no Congresso reagiram nesta terça-feira (12) à citação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que relacionou o petista a um empréstimo d

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 12.01.2016, 18:37:14 Editado em 27.04.2020, 19:53:43
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Líderes da oposição no Congresso reagiram nesta terça-feira (12) à citação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, que relacionou o petista a um empréstimo de 2008 considerado fraudulento pela Operação Lava Jato.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Cerveró afirmou, em delação premiada, que o então presidente Lula deu-lhe um cargo público em 2008 como "reconhecimento" pela ajuda que ele prestou para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões. Esta foi a primeira vez que um delator do caso envolveu Lula diretamente no episódio.
"O porquê do Palácio do Planalto se preocupar tanto com a delação de Cerveró, a ponto do então líder do governo Delcídio Amaral oferecer um plano de fuga, fica evidente agora. É um depoimento que pode finalizar esse quebra-cabeça ao identificar e punir os verdadeiros chefes desse esquema", afirmou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).
Delcídio foi preso em 25 de novembro pela Lava Jato sob a suspeita de tentar obstruir as investigações e de oferecer um plano de fuga para Cerveró em troca de garantir que ele não faria uma delação premiada. Até a sua prisão, o senador era líder do governo no Senado.
Caiado defendeu ainda que Lula seja convocado pela CPI do BNDES, em funcionamento na Câmara, para prestar esclarecimentos sobre a indicação de Cerveró e cobrou agilidade do Senado para instalar uma CPI semelhante no Senado para também investigar o banco estatal.
"Lula tem que ser convocado pela CPI do BNDES na Câmara para tentar se explicar. E não dá mais para o Senado adiar a CPI do BNDES. Já temos um requerimento assinado por mais de 30 senadores que pede a criação dessa comissão", disse.
O senador Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB no Senado, no entanto, minimizou as declarações de Cerveró ao opinar que as delações não podem ser usadas como instrumento de prova. "São genéricas e vagas para se formar um juízo de valor ou um juízo de culpa. Elas não podem ser usadas como instrumentos para se incriminar alguém", disse.
Apesar disso, o tucano também cobrou a apuração do caso para que as provas contra Lula possam aparecer. "O governo tenta apagar a luz do quarto porque no escuro todos ficam iguais. Citam Lula para preservar a presidente Dilma [Rousseff]. Mas não se pode fazer politicagem com situações gravíssimas. É preciso respaldar as investigações", disse.
Cerveró afirmou ainda, durante a negociação da sua delação premiada assinada em novembro, que a aquisição do conglomerado de energia argentino PeCom (Pérez Companc) pela Petrobras envolveu propina de US$ 100 milhões ao governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Já o envolvimento de Lula foi mencionado por Cerveró quando, em 2004, o fazendeiro José Carlos Bumlai obteve empréstimo do Banco Schahin e disse ter repassado R$ 6 milhões para o empresário de Santo André (SP) Ronan Maria Pinto, que, segundo a Lava Jato, detinha informações comprometedoras sobre o PT na região.
Anos depois, sob o comando de Nestor Cerveró, a diretoria Internacional da Petrobras aceitou contratar a Schahin Engenharia por US$ 1,6 bilhão para a operação de um navio-sonda, o Vitoria 10.000. Segundo as investigações, o contrato seria uma forma de o PT retribuir o grupo Schahin pelo empréstimo.
Cerveró ficou na diretoria entre 2003 e 2008, e em seguida, foi nomeado diretor financeiro e de serviços de uma subsidiária da estatal petroleira, a BR Distribuidora.
O delator contou que Lula "decidiu indicar" seu nome para o novo cargo "como reconhecimento da ajuda do declarante [Cerveró]", ou seja, por ele "ter viabilizado a contratação da Schahin como operadora da sonda". A atuação também rendeu a Cerveró "um sentimento de gratidão do PT".
Também investigado pela Operação Lava Jato no caso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse apenas "não acho nada" quando foi questionado sobre o fato nesta terça.
Já o deputado Fernando Francischini (SD-PR), defendeu que Lula seja investigado formalmente pela Operação Lava Jato.
"Primeiro ele recebeu propina através do Instituto Lula. Depois usou o BNDES para financiar obras ligadas a empresários que o financiavam. E agora vem à tona que ele usou Bumlai para pagar empréstimos com Schain para calar testemunhas", disse.

continua após publicidade

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "Oposição reage a delação de ex-diretor da Petrobras que citou Lula"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!