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Delator disse ter ouvido que ex-ministro do PP era 'o mais achacador'

AGUIRRE TALENTO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O transportador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, afirmou em sua delação premiada da Operação Lava Jato que ouviu do doleiro Alberto Youssef que o ex-ministro Mário Negromonte (à época do PP)

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 04.01.2016, 20:35:11 Editado em 27.04.2020, 19:53:53
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AGUIRRE TALENTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O transportador de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, afirmou em sua delação premiada da Operação Lava Jato que ouviu do doleiro Alberto Youssef que o ex-ministro Mário Negromonte (à época do PP) era o "mais achacador" entre os políticos e saiu do ministério porque estava roubando mais para si do que para o caixa do partido.
Rocha trabalhava para Youssef como transportador de dinheiro e relatou, em sua delação premiada, entregas para diversos políticos.
"Alberto Youssef comentava com o declarante que Mário Negromonte, entre os políticos, era 'o mais achacador'; que Alberto Youssef inclusive disse que Mário Negromonte perdeu o cargo de ministro das Cidades, em 2012, porque não estava 'fazendo caixa' para o Partido Progressista, uma vez que estaria 'roubando apenas para ele próprio'", diz o depoimento de Rocha.
Em seus depoimentos, ele afirma ainda que fez entregas de dinheiro em um apartamento funcional da Asa Sul, área nobre de Brasília, no ano de 2011, onde estavam presentes Negromonte e os ex-deputados Pedro Corrêa e João Pizzolatti, ambos do PP.
Segundo Rocha, ele transportava o dinheiro no próprio corpo, usando meias de futebol e calças mais folgadas, e os deputados o recebiam e pegavam o dinheiro.
"Os deputados federais sempre perguntavam para o depoente: 'Cadê o resto?'; que o depoente apenas respondia que aquela era a quantia que ele estava transportando", afirmou no depoimento.
Negromonte é investigado no STJ, por atualmente exercer cargo de conselheiro em tribunal de contas da Bahia.
ROLEX
Rocha sugeriu ainda em sua delação que o relógio Rolex dado de presente por deputados do PP ao então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa pode ter sido adquirido com ele.
Isso porque o delator comprava relógios no exterior e os revendia no Brasil, tendo vendido cerca de dez relógios importados a Youssef.
"Na época em que se comentava sobre essa homenagem a Paulo Roberto Costa, alguém do Partido Progressista, do qual o declarante não se recorda, chegou a perguntar o seguinte: 'Cadê, Ceará, já arrumou o relógio do chefe?'", contou.
Segundo ele, os relógios custavam de US$ 10 mil a US$ 35 mil -caso de um rolex de ouro vendido a Youssef.
OUTRO LADO
A defesa de Negromonte afirmou que o ex-ministro "jamais recebeu valores indevidos", não manteve contato com Rocha e passou pelo Ministério das Cidades sem ser alvo de investigação, tendo deixado o cargo a pedido.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-deputado Pizzolatti negou irregularidades, mas afirmou que Youssef captava doações para campanhas eleitorais das empreiteiras que mantinham vínculo com a Petrobras.
A defesa de Pedro Corrêa, já condenado em primeira instância sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, argumentou na ocasião que valores de propina estimados eram apenas suposições e que ele não mais exercia função pública na época dos fatos do processo.

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