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Ex-ministro de Kirchner nega ter conhecido lobista Fernando Baiano

RUBENS VALENTE BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-ministro argentino de Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços Julio de Vido afirmou neste sábado (19), por meio de uma rede social, que "não conhece, nunca os viu" em sua vida e não sabe "que

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Publicado em 19.12.2015, 16:59:59 Editado em 27.04.2020, 19:54:07
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RUBENS VALENTE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-ministro argentino de Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços Julio de Vido afirmou neste sábado (19), por meio de uma rede social, que "não conhece, nunca os viu" em sua vida e não sabe "que gestões possam ter realizado" os lobistas brasileiros Fernando Baiano e Jorge Luz em torno da compra de uma empresa de energia elétrica argentina por outro grupo empresarial argentino.
Segundo depoimento de Baiano prestado em delação premiada homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Julio de Vido, que foi ministro entre 2003 e 2015 dos governos Néstor e Cristina Kirchner, participou de um plano que impediu a venda da empresa Transener para um grupo empresarial dos Estados Unidos.
Segundo Baiano, pelas manobras que impediram a venda aos EUA, ele e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró receberam US$ 300 mil cada um.
O delator contou que entre 2006 e 2007 foi procurado pelo lobista Jorge Luz, que seria representante do grupo Electroingeniería, interessado em adquirir a Transener, especializada em transmissão de energia elétrica. Parte das ações da Transener pertencia à Petrobras. Ao saber que a empresa poderia cair nas mãos dos norte-americanos, Baiano e Luz começaram a agir na Petrobras.
"Diante da informação, Jorge Luz, o colaborador [Baiano] e Roberto Dromi, ex-ministro argentino, traçaram estratégia direcionada à não aprovação da venda pela governo argentino, mas [mais] especificamente, pelo ministro Julio de Vido", disse Baiano.
"Jorge Luz fez os acertos e pagamentos aos políticos, não sabendo informar os valores pagos. Também estavam envolvidos no negócio o senador Renan Calheiros, o deputado federal Aníbal Gomes, o senador Jader Barbalho, o então ministro de Minas e Energia Silas Rondeau e o ministro argentino Julio de Vido", afirmou o delator Baiano, segundo resumo de seu depoimento prestado à PGR (Procuradoria Geral da República), tornado público nesta sexta-feira (18).
Na rede social, o ex-ministro Julio de Vido disse que "não se arrepende" de ter impedido "que a coluna vertebral do sistema energético caísse em mãos de um fundo abutre com domícilio incerto e nula experiência", mas negou quaisquer irregularidades.
"Não me arrependo de o Estado tenha recuperado um ativo estratégico como o do transporte de energia, beneficiando a todos os argentinos", escreveu o ex-ministro.
Segundo De Vido, a "única condição" imposta por ele e o governo argentino para o ingresso de empresas nacionais argentinas no negócio foi que "uma parte do pacote acionário ficasse com a empresa estatal Enarsa". De acordo com De Vido, a Enarsa ficou com 23% das ações.
"Graças à decisão política de Nestor Kirchner, pudemos defender o interesse nacional e evitar uma 'estrangeirização' da Transener", afirmou o ex-ministro.
"Isto permitiu termos feito a maior expansão de linhas de alta tensão, com a construção de 5.500 km de li8nhas de energia que ligaram, 13 províncias, algumas como as da Patagônia Austral ou Gormosa se incorporaram ao sistema nacional pela primeira vez", escreveu De Vido.
De acordo com o jornal argentino "El Clarín", a Petrobras vendeu sua participação acionária na Transener em 2007, por US$ 54 milhões. Os compradores foram a Enarsa e a enpresa privada Electroingeniería. De acordo com o jornal argentino, a Electroingeniería pertence a Gerardo Ferreyra, "ligado a De Vido e sobretudo a Carlos Zannini", ex-secretário Legal e Técnico da Presidência da Argentina entre 2003 e 2015. Ferreyra, segundo a publicação, "sempre negou ter sido favorecido pelo kirchnerismo".

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