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Após abertura de inquérito, Edinho diz que não deixará cargo

MARINA DIAS, DÉBORA ÁLVARES E FÁBIO MONTEIRO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ex-tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma Rousseff, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) afirmou nesta segunda-feira (7) ter a confiança da presidente para continuar no

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.09.2015, 14:05:31 Editado em 27.04.2020, 19:56:48
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MARINA DIAS, DÉBORA ÁLVARES E FÁBIO MONTEIRO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ex-tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma Rousseff, o ministro Edinho Silva (Comunicação Social) afirmou nesta segunda-feira (7) ter a confiança da presidente para continuar no cargo e disse que não se afastará do governo após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter aberto inquérito contra ele e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no âmbito da Operação Lava Jato.
"A presidente tem plena confiança em mim, porque ela me conhece", disse Edinho. "Quem contrata e demite é a presidente Dilma. Eu não tiro férias em momentos de dificuldades. Em momentos de dificuldade, eu trabalho mais", completou após participar do desfile em celebração do 7 de Setembro, em Brasília.
A fala do ministro é um esforço para tentar minimizar os impactos no Palácio do Planalto da abertura de inquéritos contra dois dos principais assessores de Dilma, o que reforçou a pressão por reformas no governo como saída para superar a crise política e econômica.
Edinho e Mercadante foram apontados na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, como beneficiários de recursos de corrupção na Petrobras. Para aprofundar as investigações, a Procuradoria-Geral da República pediu a abertura de inquéritos, o que foi autorizado pelo ministro do Supremo Teori Zavascki.
Pessoa diz que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma em 2014 após ter sido coagido por Edinho, que teria pedido um valor maior. Sobre Mercadante, o delator citou doações de recursos ilícitos à sua campanha ao governo paulista em 2010. Os petistas negam as acusações.
Edinho disse que encara a abertura de inquérito "com muita tranquilidade", de quem cumpriu a tarefa de arrecadador de campanha "seguindo princípios morais e éticos" e, por isso, afirma, "as contas da presidente foram aprovadas por unanimidade pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)".
O ministro disse ainda que conhece Pessoa e que "é impossível" que algum tesoureiro de campanha não tenha se relacionado com o empreiteiro, visto que ele era "um empresário de conhecimento nacional e um doador de campanha".
"Conversar com um empresário não significa que você cometeu ilegalidade. Eu conversei com dezenas de empresários do Brasil. A meu favor pesa o testemunho dos demais empresários com quem dialoguei a campanha toda", disse Edinho.
Chefe da Casa Civil, Mercadante deixou o evento sem falar com a imprensa.
Outros auxiliares do núcleo político de Dilma seguiram a estratégia do Planalto de minimizar a abertura dos inquéritos e negar que as investigações sejam suficientes para justificar a saída de Edinho e Mercadante do cargo.
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), por exemplo, disse estar convicto da inocência dos colegas de Esplanada.
"Tenho absoluta certeza que eles não serão denunciados, porque sei do papel que os dois têm, sei como se comportam. Essa é uma hipótese que, a meu juízo, não se coloca. O que se coloca é uma situação que, se confirmada, haverá um inquérito, irá esclarecer fatos e eles apontarão seguramente que não há nenhum ilícito praticado tanto pelo Mercadante, como pelo ministro Edinho Silva."
Cardozo disse ainda ter conversado com Dilma a respeito do assunto e afirmou que a postura da presidente "expressa uma convicção de todos".
"É importante que nós entendamos: inquéritos são formas de apuração e devem ser entendidos no seu devido papel jurídico. Ou seja, não se trata de confirmação, nem de sentença. Em relação a apurações, o Ministério Público age com autonomia e faz aquilo que a seu ver deve ser feito."
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, também minimizou a abertura dos inquéritos e disse que a situação dos ministros não causa constrangimento, citando o caso do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) na Operação Lava Jato.
"Vou citar o exemplo do senador. Ele foi investigado e, logo depois, foi inocentado totalmente. Então eu acho que qualquer julgamento agora é precipitado. Se ele for denunciado, aí é outra questão. Por enquanto vamos ficar na investigação", disse Wagner.
TUCANO
Além de Edinho e Mercadante, o STF abriu inquérito contra o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Em sua delação, Pessoa citou o tucano dizendo ter lhe repassado recursos ilícitos, o que o senador nega.

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