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'A única pessoa surpreendida pela crise foi a Dilma', diz Marina Silva

REYNALDO TUROLLO JR. BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ex-senadora e terceira colocada nas últimas eleições presidenciais, Marina Silva, disse nesta terça-feira (25), após evento em Brasília, que "a única pessoa que foi surpreendida pela crise" foi a preside

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.08.2015, 23:30:00 Editado em 27.04.2020, 19:57:09
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REYNALDO TUROLLO JR.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ex-senadora e terceira colocada nas últimas eleições presidenciais, Marina Silva, disse nesta terça-feira (25), após evento em Brasília, que "a única pessoa que foi surpreendida pela crise" foi a presidente da República, Dilma Rousseff (PT).
A declaração foi uma resposta à entrevista concedida por Dilma à Folha de S.Paulo e a outros dois jornais na segunda (24), em que ela disse só ter percebido a gravidade da crise entre novembro e dezembro do ano passado, após as eleições.

"Temos uma situação tão grave no nosso país e que vem sendo alertada por economistas, especialistas, trabalhadores, empresários, cidadãos e por toda a imprensa há muito tempo. A única pessoa que foi surpreendida pela crise e sua gravidade, com certeza, foi a presidente da República", afirmou Marina.

"O que para ela é um susto, para a maioria dos brasileiros se transformou em pesadelo. Temos mais de 8 milhões de pessoas que perderam seu emprego. É um verdadeiro pesadelo", completou.

Para a ex-senadora, que participou de uma palestra sobre sustentabilidade na Fibra (Federação das Indústrias do Distrito Federal) nesta noite, um mero corte no número de ministérios, como o anunciado pelo governo, não vai mexer na raiz do problema, que está nas indicações políticas, e não técnicas, para os cargos do Executivo.

"Neste momento, não é uma questão de simplesmente tirar esse ou aquele ministério sem discutir o fundamento. Tem algo de base, a forma como se compõem [os ministérios]. Seja 20 ou seja 30, tem algo que está errado, que é o governo distribuindo pedaços do Estado em troca de apoio político. [O governo] Tem que ter maioria no Congresso, mas isso se constrói em cima de programa, de projeto de país", criticou.

Marina ainda lembrou que, durante a campanha eleitoral de 2014, seu programa, em conjunto com Eduardo Campos (morto em acidente aéreo há um ano), defendia o enxugamento da estrutura federal. "Naquele momento foi dito que isso era uma visão puramente tecnocrática", disse, referindo-se às críticas que a então candidata petista lhe fez.

A ex-senadora também criticou a Agenda Brasil, pacote de medidas apresentado ao governo pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para ajudar o Brasil a enfrentar a crise. Chamou alguns pontos propostos no pacote, como a mudança na demarcação de terras indígenas e a aceleração de licenciamentos ambientais, de "retrocessos", e disse que a saída da crise não pode depender de programas personalistas.

"A agenda [exigida pela sociedade para sair da crise] não pode ser de um grupo para a sociedade. Ela tem que ser uma agenda da sociedade. Ela não pode repetir o mesmo erro de achar que alguém vai utilizar a crise para ganhar a popularidade ou recuperar a popularidade", afirmou.

"Este é o momento de buscar credibilidade, o que pressupõe pensar o que é importante para que o país volte a crescer, o que é importante para recuperar os fundamentos da política macroeconômica, o que é importante para que a sociedade recupere a esperança e a gente volte a ter investimento", completou.

DOAÇÕES DE CAMPANHA E REDE
Ainda às voltas com a regularização da Rede Sustentabilidade, Marina afirmou que aguarda julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), após ter recebido parecer favorável do Ministério Público, e que já se prepara para as eleições municipais do ano que vem.

"Nós queremos que a Rede se constitua em bases programáticas. Não vamos criar candidaturas e filiações artificiais. Nós vamos ter candidaturas onde for possível, de forma legítima. Onde não for, se houver outras candidaturas que programaticamente tenham identidade com aquilo que a gente defende, não tem nenhum problema apoiar", disse.

Questionada sobre como será o financiamento das campanhas de agora em diante, com o envolvimento na Operação Lava Jato das grandes empreiteiras, tradicionalmente grandes doadoras, Marina criticou o atual modelo e voltou a alfinetar a reeleição de Dilma.

"Eu já debatia em 2010 que, em vez de ter poucos contribuindo com muito, que muitos possam contribuir com pouco. Uma campanha com uma estrutura de marketing que faz inveja a Hollywood com certeza vai sair muito cara e vai camuflar o debate. Porque uma coisa é campanha mais modesta, sustentada em um programa. Outra coisa é quando são produzidas peças que até podem encantar temporariamente a população, mas depois não é o marqueteiro que vai ter que dar explicação quando o mundo cor-de-rosa virar cinza.

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