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Empresa pagou R$ 2,7 mi por estudos 'pouco profundos', diz filha de almirante

GRACILIANO ROCHA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pagamentos adiantados para estudos "pouco profundos" e contratos que já chegavam elaborados fazem parte da versão apresentada pela engenheira Ana Cristina da Silva Toniolo para justificar a maior parte dos pa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.08.2015, 23:01:16 Editado em 27.04.2020, 19:57:29
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GRACILIANO ROCHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pagamentos adiantados para estudos "pouco profundos" e contratos que já chegavam elaborados fazem parte da versão apresentada pela engenheira Ana Cristina da Silva Toniolo para justificar a maior parte dos pagamentos recebidos pela Aratec, suspeita de receber a propina da obra de Angra 3.
Ana Cristina é filha do almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear entre 2007 e 2014.
Ele está preso desde julho por suspeita de ter recebido R$ 4,7 milhões em propina das empreiteiras por meio de empresas intermediárias que realizavam depósitos na conta da Aratec -empresa da família.
No depoimento à Polícia Federal, Ana Cristina, que constava como administradora da Aratec, disse que recebeu os contratos prontos da CG Consultoria -empresa suspeita de intermediar suborno de R$ 2,7 milhões à Aratec.
Segundo ela, os pagamentos referiam-se a serviços efetivamente prestados -a elaboração de estudos para a CG Consultoria. Ana Cristina diz que Carlos Gallo, da CG, era amigo de seu pai.
"Não se tratavam de estudos profundos de autoria da declarante e nem de consultorias, apenas de uma compilação de informações sobre um tema; a declarante apenas obedeceu àquilo que lhe foi pedido", diz trecho da transcrição do depoimento. "Não questionou Carlos a razão dos pedidos dos tais estudos, apenas atendeu a uma solicitação de seu pai".
Segundo ela, Gallo entregava os contratos prontos, contendo a descrição do estudo a ser feito. Só depois da emissão da nota fiscal e do pagamento, o dono da CG pedia a Ana Cristina que "montasse um paper, um estudo referente ao tema".
Ana Cristina também atribuiu ao pagamento de dívidas antigas e ao investimento de um sócio os repasses feitos por empresas suspeitas de escoar a propina de grandes empreiteiras ao almirante Othon.
TURBINA
A engenheira afirma que entrou na Aratec após iniciar a carreira como tradutora e usou a empresa do pai para emitir notas para receber pelas traduções feitas. Quando Othon foi para a Eletronuclear, ela passou à condição de sócia e administradora da firma.
Ana Cristina disse à polícia que o pai desenvolveu na Aratec uma turbina, já patenteada no Brasil e no exterior, e que parte do dinheiro que entrou na empresa veio de investidores do projeto.
Os auxiliares do almirante no projeto da turbina, disse, eram ex-colegas da época em que ele estava na Marinha. Segundo Ana Cristina, os pagamentos aos desenvolvedores da turbina não foram documentados em contrato nem emitidos recibos. Muitas vezes, o dinheiro era sacado das contas da Aratec e depositado nas contas dos prestadores de serviço. Segundo Ana Cristina, o método visava evitar a caracterização de relação trabalhista.

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