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Governo sofre mais uma sequência de derrotas na Câmara

EDUARDO CUCOLO, RANIER BRAGON E DÉBORA ÁLVARES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Palácio do Planalto viveu nesta quarta-feira (5) mais um dia de derrotas e vexames na Câmara dos Deputados. Com apoio até do PT, o plenário aprovou na madrugada desta quinta (6)

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 06.08.2015, 07:57:00 Editado em 27.04.2020, 19:57:40
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EDUARDO CUCOLO, RANIER BRAGON E DÉBORA ÁLVARES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Palácio do Planalto viveu nesta quarta-feira (5) mais um dia de derrotas e vexames na Câmara dos Deputados. Com apoio até do PT, o plenário aprovou na madrugada desta quinta (6) o texto principal do primeiro item da "pauta-bomba" que ameaça o ajuste fiscal, o PDT anunciou o rompimento oficial e o PTB disse que vai votar contra o governo, em protesto.
O "dia de cão" fez o líder de Dilma na Câmara, José Guimarães (PT-CE), desabafar, em tom de abatimento: "E preciso definir mais criteriosamente o que é base e o que não é. A base precisa ser refeita, com critérios de fidelidade, de fidelidade dos ministros. Fizemos o ajuste fiscal, agora é preciso fazer o ajuste político. Tem que mudar muita coisa."

Apesar dos apelos no sentido contrário, a base dilmista anunciou que votaria em peso o projeto que eleva o salário de parte da cúpula do funcionalismo público. "Está claro e nítido que o governo não tem base hoje", disse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apesar de ter colocado o tema em votação, ele afirmou que irá barrar a conclusão da tramitação da proposta e disse ser contra "agredir as contas públicas por causa de disputas políticas".

A desorganização governista foi tanta que até o PT disse que votaria a favor do projeto, devido à sua ligação com o funcionalismo, contrariando a orientação da liderança do governo na Casa. Em linha contrária, e em nome do equilíbrio das contas públicas, o líder do oposicionista DEM, Mendonça Filho (PE), afirmou que votaria contra.

A proposta acabou aprovada por 445 votos a 16. Ainda serão votados destaques que podem alterar complemente o texto e serão apreciados na próxima terça-feira (11).  A PEC 443 beneficia servidores da Advocacia-Geral da União e das procuradorias estaduais. Ela vincula o salário dessas carreiras a 90,25% do ganho dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Também terão reajustes delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil dos Estados. A regra se aplica ainda a procuradores municipais nas capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes.

Os reajustes variam de 34% a 59%. O salário inicial mais baixo passa de R$ 16.830 para R$ 26.125. O ganho em final de carreira vai de R$ 22.805 para R$ 30.471, próximo ao que é pago à presidente da República (R$ 30.934,70).

Pouco antes da votação, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou em rede social ter pedido aos líderes na Câmara que não votassem a proposta, que considera inconstitucional e incompatível com a situação do país. "Essas carreiras já têm os maiores salários da administração pública federal", afirmou. "O reajuste não é razoável no momento em que empresas e trabalhadores privados enfrentam dificuldades."

O Planejamento calcula um gasto adicional de R$ 2,5 bilhões com os salários da AGU e dos delegados.

ROMPIMENTO
Em atrito com o governo desde o pacote de ajuste fiscal, o PDT do ministro Manoel Dias (Trabalho) anunciou em plenário o rompimento com o Planalto. O PTB também falou em um votar contra o governo nos próximos dias. "Estamos dando um tempo para discutir a relação. Seguramos essa bancada no braço, mas o governo não mostra sensibilidade", disse o líder da bancada do PTB, Jovair Arantes (GO).

No papel, o governo contava com o apoio de 21 partidos (PDT e PTB inclusos), que somam 364 das 513 cadeiras da Câmara. Na prática, porém, a base de Dilma Rousseff tem se mostrado bem menor e bastante instável.

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