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Momento é difícil e Dilma precisa 'pôr a cabeça no ombro do povo', diz Lula

DANIELA LIMA E BELA MEGALE SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Num longo discurso a integrantes da FUP (Federação Única dos Petroleiros), em Guararema (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que o país atravessa um momento difícil e apontou u

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.07.2015, 14:18:21 Editado em 27.04.2020, 19:58:29
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DANIELA LIMA E BELA MEGALE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Num longo discurso a integrantes da FUP (Federação Única dos Petroleiros), em Guararema (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que o país atravessa um momento difícil e apontou um roteiro para a recuperação do governo de sua sucessora e afilhada política, Dilma Rousseff.
Para o petista, "o nosso governo está, outra vez, precisando conversar com o povo" e precisa recobrar o "oxigênio" nas ruas.
"Acho que ela [Dilma] tem a noção exata do que eu estou falando. Ela conviveu muito tempo comigo e sabe que, nas horas difíceis, nas horas mais difíceis, não tem outra alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele. Explicar quais são as dificuldades e quais são as perspectivas", afirmou.
Para Lula, Dilma precisa colocar "o pé na rua" e falar com a parcela da população que torce para ela governar o país.
"Tem que fazer o que tiver para fazer em Brasília e, ó, pé na estrada. Ela e os ministros", aconselhou. "O povo vai cobrar? Vai. Mas tem que cobrar mesmo. (...) É essa linha linha direta entre a Dilma e o povo que vai permitir que a gente conquiste grande parte dessa juventude", afirmou.
"A Dilma é boa de papo. Se ela andar e depois abraçar o povo -tem que abraçar, sentir-, é essa coisa que dá oxigênio. Quando fica em Brasília esperando... puta merda. Tem que andar agora. Pegar os ministérios e ó, todo mundo fazendo política na estrada, todo mundo defendendo o governo."
No esteio de uma nova postura, Lula não fez críticas à condução do governo de sua sucessora. Ele defendeu o ajuste fiscal e comparou o "aperto" nas contas públicas aos cortes que teve que promover ao chegar ao poder, em 2003. Lula atribuiu o mau momento da economia à crise internacional, que estourou em 2008, e disse que as pessoas só veem um Brasil pior hoje porque o comparam com o país que os petistas construíram quando chegaram ao Planalto.
"Valeu a pena tudo o que fizemos e vale a pena, inclusive, o sacrifício que estamos passando agora. Não é uma obra apenas do nosso governo, é resultado de uma coisa muito grave que aconteceu no mundo, com a quebra do sistema internacional. (...) Não temos o direito de ficar apenas reclamando ou chorando. Temos que discutir como vai sair dessa situação", disse Lula.
'IRRESPONSÁVEIS'
O ex-presidente chamou de "irresponsáveis" os que atribuem toda a culpa do cenário econômico à presidente Dilma e disse que há uma tentativa de "criminalizar o PT e a esquerda", num momento em que o "mau humor está espalhado por esse país".
"No Brasil é tudo ruim?", questionou o petista. "A Petrobras não é só corrupção. É outras coisas e é muito importante. A Petrobras não é só isso. O Brasil não é só miséria. Quando a gente acha que está ruim, a gente compara o Brasil com a gente mesmo", concluiu.
LAVA JATO
O ex-presidente voltou a afirmar que a Petrobras e seus trabalhadores não podem ser penalizados pelas denúncias de corrupção na estatal, investigada na Operação Lava Jato. "Se vocês quiserem um brasileiro que tem orgulho da Petrobras, está aqui", iniciou Lula.
"Se alguém fez alguma sacanagem ou roubou, essa pessoa que pague pelo roubo e que os trabalhadores não sejam punidos", afirmou.
Lula disse criticou ainda o que tem chamado de "vazamentos seletivos" de detalhes da operação, com o intuito de "pegar alguém ou acusar algum partido". "Eu denunciei isso no Ministério da Justiça em dezembro. (...) A pessoa só pode ser chamada de ladrão a hora que provar que é ladrão. Não pode criminalizar antes de provar e antes de ela ser julgada", sustentou.
'PÁTRIA EDUCADORA'
O petista antecipou ainda que Dilma deve lançar uma agenda de propostas para tirar do papel o novo slogan do governo, o "pátria educadora". O ex-presidente disse que a nova pauta será atrelada ao cumprimento dos compromissos assumidos no Plano Nacional de Educação, e que vai viajar pelo país para defender esse projeto.

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