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PF diz que campanha de Pimentel ocultou pagamentos a gráfica de Bené

NATUZA NERY, GABRIEL MASCARENHAS E ANDRÉIA SADI BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal encontrou indícios de que a campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais ocultou da Justiça Eleitoral pagamentos feitos à Gráfica Brasil, que perten

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.06.2015, 18:04:47 Editado em 27.04.2020, 19:58:41
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NATUZA NERY, GABRIEL MASCARENHAS E ANDRÉIA SADI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal encontrou indícios de que a campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais ocultou da Justiça Eleitoral pagamentos feitos à Gráfica Brasil, que pertence ao empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené.
Conforme a representação da PF enviada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), cinco notas fiscais referentes a serviços para a campanha não aparecem nas prestação de contas de Pimentel e da direção partidária.
As notas, que totalizam R$ 362 mil e foram apreendidas na sede da empresa, registram a produção de 34 milhões de santinhos e cartazes. Todos os candidatos e legendas são obrigados a informar seus gastos e receitas.
A PF diz que também encontrou recibos subfaturados pela Gráfica Brasil. Uma das notas fiscais declarava a produção de 250 mil unidades de determinada peça publicitária, embora as ordens de serviço comprovassem que na, na verdade, foram confeccionados 2,5 milhões de itens.
Amigo pessoal de Fernando Pimentel, Bené é investigado pela Polícia Federal e chegou a ser preso -e liberado em seguida na primeira etapa da Operação Acrônimo, cuja segunda fase foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (25).
Os investigadores suspeitam que Pimentel e Bené usaram a gráfica para ocultar a "natureza de valores oriundos de ilícitos", diz a representação.
"Subfaturamento ou doação 'in natura' não declarada teriam por objetivo minorar gastos da Gráfica Brasil com a campanha, bem como possibilitar que os gastos do candidatos não atingissem o limite estipulado no início da campanha", sustenta a PF no texto.
A investigação sobre a atuação de Bené teve início em 2014, quando a PF apreendeu, a partir de uma denúncia anônima, mais de R$ 100 mil em uma aeronave onde viajava o empresário e outras pessoas. A aeronave foi apreendida depois de decolar de Belo Horizonte e pousar em Brasília. O caso ocorreu durante a campanha eleitoral.
PIMENTEL
A Polícia Federal mira o governador mineiro nesta nova fase da operação que apura supostos desvios de recursos para campanha do PT.
Os investigadores pediram ao STJ autorização para realizar busca e apreensão na residência oficial do governador, o que foi negado. O tribunal também indeferiu solicitação para busca na sede do PT em Minas e no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).
Um dos alvos nesta quinta foi um imóvel em Belo Horizonte onde funcionava o escritório de Pimentel durante a campanha de 2014.
Na semana passada, a PF solicitou ao STJ abertura de inquérito sobre o governador de Minas por suposto crime de "lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores", como parte dos desdobramentos da Operação Acrônimo. O tribunal ainda não se manifestou sobre se aceita ou não a abertura de inquérito.
Advogado de Pimentel, Antonio Carlos de Almeida Castro disse à reportagem que esteve no STJ pedindo a atualização do inquérito, mas não conseguiu. Ele disse que o governador se colocou à disposição para esclarecimentos e criticou os pedidos de busca.
"Estamos falando do governador de Minas Gerais, não de uma pessoa qualquer. Claro que a investigação tem que ser feita, mas tem que ter racionalidade nos pedidos. Tudo isso é muito grave. Judiciário foi prudente neste momento."
Houve ainda busca e apreensão na agência de comunicação Pepper, que executa a comunicação do PT nas redes sociais e é responsável pela página não oficial de Dilma Rousseff no Facebook -atuou, inclusive, para a campanha de eleição da presidente em 2010. Ainda não se sabe o que motivou essa busca.
A agência continuará prestando serviços ao PT.
OUTRO LADO
O governo de Minas afirmou, em nota, que a ação da PF é a "extensão da arbitrariedade cometida anteriormente", quando um apartamento da mulher de Pimentel, a jornalista Carolina Oliveira, foi alvo de ação da Polícia Federal.
"Com base somente em ilações e deduções fantasiosas, essa investigação prossegue eivada de irregularidades, tanto que os pedidos para a realização de busca e apreensão nas sedes do governo de Minas Gerais, na residência oficial e na residência particular do governador, e ainda em relação a sua esposa, foram negados pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, por considerá-los desarrazoados", diz a nota do governo mineiro.
Ainda segundo o governo de Minas, serão tomadas todas as providências para assegurar "o respeito ao direito individual, à legalidade e à autonomia federativa" para "coibir o abuso e a arbitrariedade na condução do inquérito policial".

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