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Rejeição de embaixador para OEA é revés também para o Itamaraty

ISABEL FLECK E PATRÍCIA CAMPOS MELLO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A decisão do Senado de rejeitar o nome de Guilherme Patriota para o posto de embaixador do Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos) representa um revés não só para o Planalto com

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.05.2015, 09:39:57 Editado em 27.04.2020, 19:59:46
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ISABEL FLECK E PATRÍCIA CAMPOS MELLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A decisão do Senado de rejeitar o nome de Guilherme Patriota para o posto de embaixador do Brasil na OEA (Organização dos Estados Americanos) representa um revés não só para o Planalto como para um já combalido Itamaraty.
Segundo a Comissão de Relações Exteriores da Casa, é a primeira vez que um embaixador indicado pelo Planalto é recusado no Congresso.
Para interlocutores consultados pela reportagem, o nome de Patriota teria se encaixado perfeitamente na intenção dos senadores de mandar um recado de insatisfação à presidente Dilma Rousseff.
O diplomata é irmão de Antonio Patriota, ex-chanceler de Dilma, e é considerado da confiança da presidente. Foi braço direito de Marco Aurélio Garcia na assessoria para assuntos internacionais da Presidência entre 2010 e 2013 ­o que seria outro atrativo para sua recusa pelos senadores.
Em sabatina na Comissão de Relações Exteriores, no último dia 14, Patriota ouviu críticas a Garcia e se sentiu obrigado a defendê-lo. “Tenho por ele [Garcia] o maior respeito e carinho. É um homem brilhante”, disse o diplomata, antes de ser aprovado por apertados 7 votos a 6.
Após a rejeição de Patriota na terça, o Planalto soltou nota em que Dilma reconhece suas “qualidades profissionais”. “[Dilma] acredita que Patriota saberá superar o momento de adversidade”, diz o texto, que assegura que o embaixador “continuará a prestar seus serviços com competência e lealdade”.
No Itamaraty, o sentimento era de surpresa e decepção. O Brasil já está há quatro anos sem embaixador na OEA, desde que Ruy Casaes foi convocado de volta a Brasília como reação a uma decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Na época, o órgão havia pedido para que o Brasil suspendesse o licenciamento da usina de Belo Monte por causa do impacto sobre a comunidade local.
“Por não ter embaixador, o Brasil passa uma mensagem política de que a OEA não é prioridade para o país”, diz um diplomata.
Agora, o clima é de incerteza em Washington, onde fica a sede da OEA. O Planalto precisará indicar um outro nome o quanto antes. O diplomata Breno Costa, interino no posto desde 2011, já recebeu o agrément (confirmação) de Honduras como novo embaixador no país. A recusa de Patriota pode atrasar sua saída de Washington.
Na missão do Brasil na ONU, em Nova York, a rejeição de Patriota também deve gerar mal-estar. No início do mês, antes da decisão do Senado, o nome do embaixador Carlos Duarte já havia sido publicado no Diário Oficial como substituto de Patriota como número dois da missão.
Nos EUA, é comum o uso político de bloqueio de nomeações do Executivo. Em 2009, Thomas Shannon teve o nome vetado duas vezes antes de ser aprovado para embaixador no Brasil.

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