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Lava Jato prende operador de empreiteira em São Paulo

FLÁVIO FERREIRA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em mais uma fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (21) Milton Pascowitch, apontado como operador da empreiteira Engevix em contratos da Petrobras e suspeito de repas

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.05.2015, 11:42:44 Editado em 27.04.2020, 19:59:49
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FLÁVIO FERREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em mais uma fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (21) Milton Pascowitch, apontado como operador da empreiteira Engevix em contratos da Petrobras e suspeito de repassar propina na diretoria de Serviços, que Renato Duque ocupou entre 2003 e 2012 na estatal.
Pascowitch foi preso em São Paulo.
Outra medida tomada foi a de condução coercitiva (ordem judicial para prestar depoimento às autoridades) em São Paulo para obter o testemunho do irmão de Pascowitch, José Adolfo, também apontado como operador no esquema.
O objetivo desta 13ª fase da operação é investigar crimes de dois operadores financeiros do esquema de corrupção na estatal.
A força-tarefa da Lava Jato apura as ligações de Pascowitch com Duque e com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A empresa de consultoria de Pascowitch, a Jamp Engenheiros Associados, fez pagamentos de R$ 1,45 milhão à JD Consultoria, firma de Dirceu, em 2011 e 2012.
Pascowitch é apontado como um dos onze operadores da propina na diretoria de Serviços, comandada por Duque (indicado pelo PT). A Engevix é suspeita de integrar o cartel na estatal e também fez pagamentos à firma de Dirceu, no valor de R$ 1,1 milhão.
Tanto a Engevix quanto Dirceu negam que os pagamentos sejam propina disfarçada. O executivo Gerson Almada –ex-vice-presidente da empresa, preso em novembro–, afirmou que Dirceu prestou serviços prospectando negócios no exterior.
HOYER
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas casas dos irmãos, além de um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais, em imóveis do empresário Henry Hoyer de Carvalho, que foi mencionado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa durante as investigações do esquema de corrupção na estatal.
Segundo Costa, Hoyer substituiu o doleiro Alberto Youssef no papel de interlocutor entre a diretoria de Abastecimento e integrantes do PP.
Em depoimento de sua delação premiada, Costa disse que Hoyer passou a ocupar o posto de operador no início de 2012, pois os líderes do PP estavam insatisfeitos com atrasos nos repasses de propinas para o partido.
Hoyer também é investigado pela CPI do SwissLeaks do Senado, criada para apurar supostas irregularidades praticadas pelo banco HSBC na abertura de contas ilegais na Suíça.
OBRAS DE ARTE
A PF suspeita que Pascowitch tenha repassado propina da Engevix para Duque até mesmo na forma de obras de arte. Em 16 de março, dia da prisão de Duque, a PF encontrou na casa do ex-diretor da Petrobras uma escultura do artista Franz Krajcberg comprada em 2012 por Pascowitch pela preço de R$ 212,5 mil, junto com outras 130 obras.
Em depoimento à Justiça Federal no dia 17 de março, Almada afirmou que Pascowitch atuava como lobista da empreiteira. Segundo o executivo, Pascowitch e o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, pediram que a empreiteira fizesse doações eleitorais ao partido. A construtora realizou as contribuições, disse.
"Como ele [Milton Pascowitch] tinha um relacionamento com o PT, na Diretoria de [Engenharia e] Serviços [da Petrobras], também ele trazia pedidos não vinculados a obras, mas vinculados a doações para o partido nas épocas de eleições ou em dificuldades de caixa do partido", relatou no testemunho ao juiz Sergio Moro.
Ainda de acordo com Almada, entre 0,5% e 1% dos contratos celebrados entre a Engevix e a Petrobras intermediados por Pascowitch, eram repassados ao lobista –o executivo, no entanto, disse não saber qual era a destinação final dos valores. Ele afirmou que Pascowitch teria posto como condição o pagamento a ele para que a Engevix "ficasse bem com o partido político", referindo-se ao PT.

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