AGUIRRE TALENTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O empresário Julio Faerman, acusado de intermediar o pagamento de propinas da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras, informou seu endereço à CPI da Petrobras no fim da tarde desta quarta-feira (20), após ter sido ameaçado de prisão pelo presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB).
Faerman enviou, por meio de advogados, um ofício à CPI informando que tem residência em Londres, mas que retornou ao Brasil em março deste ano para se defender e atender a intimações referentes a investigações contra ele, encontrando-se atualmente no Rio de Janeiro.
Ele informou ainda que está "há vários dias" prestando esclarecimentos ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro sobre as propinas da SBM e que também está à disposição da CPI.
O empresário foi um dos primeiros convocados pela CPI da Petrobras, em março, mas a comissão não conseguiu encontrá-lo para que comparecesse para prestar depoimento. "Aconteceu um milagre", ironizou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) após o recebimento do ofício.
Nesta quarta, Hugo Motta informou que pediu à Polícia Federal que prendesse Faerman temporariamente para ser conduzido à CPI. Após o ofício de seus advogados, deputados informaram que ele não deveria ser preso, mas sim conduzido coercitivamente à comissão.
Faerman foi apontado pelo ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco, delator da Operação Lava Jato, como o responsável pelos pagamentos de propina por parte da SBM à Petrobras desde 1998.
Como está sob investigação, porém, ele tem o direito de permanecer calado perante a CPI, para não produzir provas contra si mesmo. Ainda não há data marcada para seu depoimento, mas parlamentares pediram que ocorra na próxima semana.
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.05.2015, 18:16:00 Editado em 27.04.2020, 19:59:51
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