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LUCAS VETTORAZZO E FELIPE DE OLIVEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A falta de coordenação entre os grupos que organizaram protestos no Rio de Janeiro neste domingo (12) deixou manifestantes confusos e fez com que o público ficasse disperso pela orla

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.04.2015, 17:25:02 Editado em 27.04.2020, 20:00:59
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LUCAS VETTORAZZO E FELIPE DE OLIVEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A falta de coordenação entre os grupos que organizaram protestos no Rio de Janeiro neste domingo (12) deixou manifestantes confusos e fez com que o público ficasse disperso pela orla da praia de Copacabana, zona sul do Rio.
Os grupos "Vem Pra Rua", "Revoltados Online" e "Cariocas Direitos" chamaram atos para as 11h enquanto o MBL (Movimento Brasil Livre) convocou para as 14h. A ideia era concentrar todos os atos no posto 5 da orla e depois sair em marcha única.
Os primeiros grupos decidiram iniciar a marcha antes e o MBL, que levou à orla um carro de som, teve que acompanhar, o que fez com que muitas pessoas que achavam que o protesto seria iniciado as 14h encontrasse a manifestação já no fim.
Os organizadores não estimaram para a reportagem o número de pessoas que aderiram à manifestação. Um major da Polícia Militar disse informalmente que o público era estimado, ao meio dia, quando o ato estava no auge, em cerca de 12 mil pessoas. O público era nitidamente menor do que o do protesto do dia 15 de março, quando a organização estimou em torno de 100 mil e a PM, informalmente, em 15 mil.
A PM do Rio já não tinha divulgado oficialmente o público da passeata do dia 15 e fez o mesmo na manifestação deste domingo. A PM é a instituição que faz as estimativas de multidões em todo país. Como é ligada ao governo do Estado, geralmente suas estimativas são criticadas por serem infladas ou subestimadas conforme o interesse político do governo local.
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, é aliado de primeira hora da presidente Dilma Rousseff, principal alvo, ao lado do ex-presidente Lula, das manifestações deste domingo. Tanto Pezão quanto seu antecessor e padrinho político, Sérgio Cabral, ambos do PMDB, foram citados nas investigações da Lava Jato, ainda que não tenham sido registrados gritos ou palavras de ordem contra um dos dois na marcha deste domingo.
O perfil dos manifestantes do Rio não diferiu do do restante dos atos no país. Insatisfeitos com o atual momento da política brasileira, eles pediam a queda da presidente, o fim da corrupção e a prisão de políticos corruptos e gritaram palavras de ordem contra o comunismo --"a nossa bandeira jamais será vermelha", gritavam, num bordão que ficou famoso nas manifestações anti-PT.
Desta vez, o ministro do STF Dias Toffoli, que presidirá o julgamento dos casos relacionados à Lava Jato, foi um dos principais alvos dos protestos. Faixas diziam que tê-lo no julgamento do caso era o mesmo que "colocar a raposa para tomar conta do galinheiro".
Uma senhora carregava um cartaz em que pedia que o PMDB, principal partido da base aliada do governo, abandonasse o PT. O cartaz feito em gráfica dizia "E ai, PMDB? Vai ficar do lado do povo ou do lado dos petralhas?".
Mais adiante, um grupo ironizava a decisão de Dilma de colocar o vice-presidente, Michel Temer, do PMDB, na articulação política com o Congresso. A pedagoga Marta Machado, 45, carregava uma faixa que estava escrita "Temer presidente terceirizado. Isso pode?"
"A Dilma fez uma renúncia branca ao colocar o Temer na articulação política. Ela já não consegue mais governar e preferiu tirar o dela da reta. Ela deveria pedir para sair", disse a pedagoga que afirmou ter votado em Aécio Neves nas últimas eleições, mas disse que o fez por falta de opção e não por simpatizar com o tucano. "O Aécio não foi meu candidato, foi a minha única opção".
Um homem usou de ironia para protestar neste domingo. Ele carregava um cartaz em que se lia "Tem seis meses que eu não vou ao Fasano. Culpa da Dilma". Ele se referia ao hotel de luxo na praia de Ipanema. Marcos Paz, 42, corretor de imóveis, não se fez entender pela maioria. Algumas pessoas chegaram a hostilizá-lo, acreditando que se tratava ali de um infiltrado do PT.
"O humor é uma forma de protesto também. Eu estou aqui brincando com aquela coisa de 'elite branca', mas o que quero mostrar é que a vida piorou tanto para as classes mais favorecidas quanto para os mais pobres. Eu sou corretor e há seis meses que não vendo um imóvel no Rio. O país parou por causa da roubalheira", disse.
Uma pequena confusão ocorreu por volta das 12h, quando uma pessoa passou com um megafone falando palavras de apoio à presidente. Do alto do carro de som, os organizadores pediram que a polícia retirasse o manifestante solitário do ato, o que foi prontamente atendido. O homem foi retirado sob vaias e xingamentos.
INTERVENÇÃO MILITAR
Assim como no protesto passado, grupos que pediam intervenção militar marchavam, ainda que em menor número, ao lado dos manifestantes de oposição ao PT. Um homem de boina de paraquedista dirigia um jipe camuflado que tocava o hino da bandeira. Uma faixa conclamava os militares a derrubar o governo. Pessoas paravam para tirar selfies com o manifestante que também esteve no ato do dia 15 de março.
A poucos metros dali uma manifestante trazia um pequeno cartaz escrito "Não somos a favor da intervenção militar". A produtora da TV Fernanda Flores, 23, disse que o PT quer fazer crer que todos que participam das marchas de oposição são golpistas.
"Eu não sou golpista. Eu estou aqui porque a economia está indo mal, o desemprego está aumentando, o dólar só aumenta. Eu não reclamo do dólar porque ficou mais caro ir para Miami. O dólar encarece o pão francês para a classe média e para o pobre. Isso aqui não é uma luta de classes, como querem fazer crer, é uma luta por uma melhora do país", disse.

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