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Pastoral volta a criticar governo Dino por nomear suspeito de trabalho escravo

DIÓGENES CAMPANHA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), recebeu novas críticas da CPT (Comissão Pastoral da Terra) por ter nomeado para um cargo de confiança um ex-deputado ligado a uma acusação de trabalho escravo

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.03.2015, 09:37:23 Editado em 27.04.2020, 20:01:58
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DIÓGENES CAMPANHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), recebeu novas críticas da CPT (Comissão Pastoral da Terra) por ter nomeado para um cargo de confiança um ex-deputado ligado a uma acusação de trabalho escravo.
A campanha nacional da pastoral divulgou nesta semana uma nota pública pedindo a exoneração de Camilo Figueiredo (PR) do cargo de assessor especial da Secretaria da Casa Civil.
Ex-deputado estadual, ele foi sócio de uma empresa de sua família, a Líder Agropecuária Ltda., autuada em 2012 por manter sete trabalhadores em situações análogas às de escravos em uma fazenda de criação de gado.
No final de fevereiro, a coordenação da pastoral da diocese de Coroatá (MA) já havia repudiado a nomeação de Figueiredo, classificando o governo Dino como ‘autoritário, conservador e amparado em estruturas oligárquicas‘. Na ocasião, a gestão minimizou as críticas por se tratar de uma manifestação regional.
Na nota divulgada nesta terça, a CPT nacional acusa Dino de romper um compromisso que ele assinou com a Conatrae (Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo) durante as eleições de 2014.
Em documento firmado por vários candidatos em todo o país, o atual governador prometia exonerar "os ocupantes de cargos de confiança sob sua responsabilidade que viessem a se beneficiar desse tipo de mão de obra".
Na semana passada, em nota enviada a alguns veículos de comunicação, incluindo a Folha, o governo do Maranhão havia dito que a nomeação de Camilo Figueiredo ocorreu ‘após análise de todos os requisitos legais‘ e que o nome dele ‘não consta de nenhuma lista alusiva a trabalho escravo‘. O argumento foi classificado como ‘hipócrita‘ pela CPT.
A Líder Agropecuária foi incluída, em junho de 2013, na ‘lista suja‘ do trabalho escravo, mantida pelo Ministério do Trabalho e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência. A divulgação dessa relação está suspensa desde dezembro passado por uma liminar (decisão provisória) proferida pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, após pedido de incorporadoras imobiliárias.
Para a CPT, o fato de a empresa de sua família ter entrado na lista ‘constitui indicativo suficiente de que Camilo Figueiredo se beneficiou desse tipo de prática‘ e sua nomeação ‘é claro sinal de ruptura do compromisso [assinado por Dino]‘.
‘Governador, não perca a oportunidade de, revendo a decisão questionada, manifestar sua determinação política de promover a política nacional de erradicação do trabalho escravo hoje atacada em várias frentes. Governador, que seu sim seja sim e que seu não seja não. O resto é diabólico‘, conclui a pastoral.
Procurado para comentar as novas críticas da CPT e informar o andamento da apuração que havia prometido fazer sobre a situação de Figueiredo, o governo do Maranhão reiterou os termos da nota enviada na semana passada.
Acrescentou que o ex-deputado foi notificado para esclarecer em dez dias ‘sua eventual participação na propriedade da empresa Líder Agropecuária. Tão logo sejam apresentadas as informações, o governador Flávio Dino decidirá sobre a situação do servidor‘.

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