O deputado estadual José Domingos Scarpelini (PSB) encaminhou ontem ofício ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, pedindo o cancelamento do passaporte diplomático de Eduardo Requião, ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e irmão do ex-governador e senador eleito Roberto Requião (PMDB). Eduardo Requião é investigado pela Receita Federal e Polícia Federal (PF) por conta de indícios de envolvimento em fraudes no Porto de Paranaguá.
No ofício, Scarpellini, que é ex-prefeito de Apucarana, também pediu o cancelamento dos passaportes de Ana Helena Mothe da Silva Duarte e Tobias Duarte de Mello e Silva, mulher e filho de Eduardo Requião.
No documento encaminhado ao ministro, o deputado cita as operações Dallas e Águas Turvas, da PF, realizadas na semana passada no Paraná, e que provocaram a prisão de oito pessoas, incluindo o ex-superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza. Eduardo Requião também é investigado pela Polícia Federal e teve, inclusive, mandado de busca e apreensão cumprido por policiais federais em seu apartamento em Curitiba.
“Desde o início das investigações, Eduardo Requião encontra-se em lugar incerto e não sabido, furtando-se a prestar declarações devidas, haja vista à ocupação de função pública. Sem que fossem cumpridos os princípios informativos que norteiam o exercício de função pública, por intervenção de seu irmão, o então governador Roberto Requião, obteve passaporte diplomático, que lhe permite ausentar-se do país legalmente, dificultando a apuração dos ilícitos penais adscritos”, diz o ofício de Scarpelini.
O deputado justifica o pedido de cancelamento argumentando que a concessão do benefício sofreu modificações por parte do governo federal, logo após o vazamento de informações dando conta de que filhos do ex-presidente Lula e de outros políticos tiveram acesso ao documento.
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