Derrotado no primeiro turno da eleição para o governo do Estado, o PDT pode apoiar o governo Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa a partir do ano que vem. Deputados eleitos e reeleitos pelo partido alegam, por enquanto, que o assunto não foi discutido internamente, mas admitem não ver motivos para fazer oposição ao novo governo. O PDT - que teve como candidato ao governo o senador Osmar Dias - elegeu quatro deputados estaduais.
Para os pedetistas na Assembleia, a derrota não é razão para levar a legenda à oposição. E citam como justificativa para uma eventual adesão o fato de até as vésperas das convenções, o partido ter negociado uma aliança com o PSDB do governador eleito. “Eu pessoalmente não tenho razão para me alinhar automaticamente à oposição”, afirmou o presidente em exercício do PDT estadual, deputado Augustinho Zucchi, reeleito para a Assembleia.
O dirigente lembrou, inclusive, que foi cotado para ser candidato a vice-governador na chapa de Richa, caso Osmar abrisse mão de disputar o governo para concorrer à reeleição no Senado, e apoiar o tucano. “Trabalhei com lealdade em todas as posições que o partido tomou, mas não sou ingrato. O Beto (Richa) defendeu meu nome publicamente para ser vice dele. Tenho que ter o mínimo de consideração”, afirmou Zucchi.
O parlamentar alega que o PDT não se reuniu para discutir o posicionamento da bancada na Assembleia em relação ao novo governo. E garante que Osmar Dias será ouvido. Zucchi dá a entender, porém, que se o PDT decidir ir para a oposição a Richa, pode não seguir a posição partidária. “Se houver uma decisão do partido, particularmente vou analisar”, disse.
Posição semelhante tem o deputado Fernando Scanavacca (PDT), também reeleito. “Não sei o que o partido vai definir. Pessoalmente não vejo porque ser oposição sistemática”, reagiu. A exemplo de Zucchi, Scanavacca também lembrou que a disputa com os tucanos foi circunstancial, já que os dois partidos eram aliados até então, e chegaram a negociar uma composição para as eleições deste ano. “Estávamos conversando até poucos dias do início das eleições. Como dizer que logo depois não tem nada a ver”, alegou, afirmando ainda que o lançamento de candidato próprio ao governo foi mais por “pressão da direção nacional”.
Paixões — Um dos pedetistas estreantes na Assembleia, o ex-prefeito de Planalto (região Sudoeste), Nelson Luersen afirma que é muito cedo para discutir sobre o posicionamento da bancada em relação ao governo, o que só será decido após discussão que inclui os deputados eleitos e Osmar. O parlamentar dá clara indicação, porém, de não ter interesse em uma postura de oposição. “Temos que esquecer as paixões momentâneas da campanha e votar o que for bom para o povo do Paraná”, disse. “Nesse momento não tem vencedor, nem vencido”, alegou.
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