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Fraude não ficou restrita a Delfim, afirmam delatores

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MARIO CESAR CARVALHO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-ministro Delfim Netto é um bagrinho no esquema da usina de Belo Monte, segundo delatores da Lava Jato do porte de Emílio Odebrecht, presidente do conselho da Odebrecht, a maior empreiteira brasileira, e Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, a segunda no ranking.

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Os peixes grandes eram Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil à época dos preparativos do leilão de Belo Monte, Erenice Guerra, secretária-executiva dessa pasta e principal assessora de Dilma, o ex-ministro Antonio Palocci e o senador Edison Lobão (MDB-MA), de acordo com os delatores. O leilão ocorreu em 2010, mas houve uma série de arranjos no ano anterior.

Foi Emílio quem apontou o dedo para Dilma em seu acordo de delação, no qual diz que o governo fraudou a concorrência.

Ele afirma que o governo obteve informações confidencias de preços usando estatais como a Eletrobras e Eletronorte e entregou os dados sigilosos para um grupo concorrente, "o que caracterizou claro direcionamento do resultado do leilão por parte do governo, liderado pela então ministra Dilma Rousseff".

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SIGILO VIOLADO

Esses preços foram obtidos em reunião realizada no Rio, na sede da Vale do Rio Doce, que fazia parte do projeto, da qual participaram um dos executivos de confiança de Dilma para o setor de energia, Valter Cardeal, diretor da Eletrobras, e Adhemar Palocci, diretor da Eletronorte e irmão do ex-ministro.

Delatores dizem que eles não poderiam ter participado do encontro porque era uma discussão entre empresas privadas que disputavam o leilão. A simples presença deles seria uma fraude à Lei das Licitações.

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Marcelo Odebrecht, que presidiu o grupo Odebrecht até ser preso em 2015, conta em seu acordo que Cardeal exerceu a função de espião nesse encontro: "Aí o Cardeal já sabia o preço que a gente ia dar [era] o preço máximo. Ai esse consórcio apareceu com uma proposta, que era uma proposta que não permitia o segundo preço".

O edital previa que a disputa acabaria se algum consórcio oferecesse um desconto superior a 6%.

Erenice Guerra acompanhou essa reunião por telefone, segundo delatores como Flávio Barra, da Andrade Gutierrez. Ela ligou várias vezes para Roger Agnelli, presidente da Vale do Rio em 2010 --posteriormente a empresa desistiu do projeto.

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Havia um problema no consórcio que os delatores dizem ter sido criado pelo governo: ele não tinha condições técnicas e financeiras para tocar uma obra da envergadura de Belo Monte, que custou cerca de R$ 30 bilhões. Esse consórcio havia sido montado para dar uma espécie de lição de moral às empreiteiras.

Coube a Antonio Palocci, na versão de Otávio Azevedo, apresentar a contrapartida ao consórcio que de fato fez a obra: as empreiteiras teriam de dar 1% do valor do contrato para o PT e o PMDB. Com a entrada de Delfim no negócio, cada partido ficou com 0,45% e Delfim com 0,1%.

Como as obras civis de Belo Monte custaram cerca de R$ 15 bilhões, PT e PMDB teriam dividido R$ 135 milhões, e Delfim teria ficado com R$ 15 milhões, segundo delatores.

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Palocci indicou João Vaccari Neto para cuidar do dinheiro do PT e o senador Edison Lobão para tratar da parte do PMDB, de acordo com Azevedo. O suborno foi entregue em forma de contribuição oficial.

Procurados pela reportagem, Dilma, Palocci, Erenice, Lobão e Cardeal não se manifestaram.

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