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Lava Jato vê indícios de repasses ilegais a advogado de Lula

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FELIPE BÄCHTOLD

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma nova fase da Lava Jato do Rio, deflagrada nesta sexta (23) contra mais um aliado do ex-governador Sérgio Cabral, acabou respingando também no escritório Teixeira, Martins & Advogados, responsável pela defesa do ex-presidente Lula na Justiça.

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Essa etapa da investigação fluminense, batizada de Jabuti, prendeu o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, e aborda pagamentos milionários de honorários advocatícios pela entidade.

O foco da operação era os repasses da federação para o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, mulher de Cabral, a título de vantagem indevida. Quebras de sigilo, porém, mostraram que o principal beneficiado dos repasses da Fecomércio-RJ foi o Teixeira, Martins & Advogados, liderado pelo compadre de Lula, Roberto Teixeira, e pelo chefe da defesa do petista, Cristiano Zanin Martins.

Foram pagos R$ 68,3 milhões em honorários ao escritório pela federação.

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Existe a suspeita de que o dinheiro tenha sido desviado do Sesc-RJ e do Senac, órgãos que recebem verbas públicas e que também foram presididos por Orlando Diniz, e pagos a Teixeira para que ele atuasse politicamente a favor dele no governo federal, contra questionamentos à sua gestão.

Em entrevista, porém, os procuradores da Lava Jato no Rio disseram que esses pagamentos não são o alvo da Operação Jabuti nesse momento, que se concentra nos repasses da Fecomércio-RJ para Adriana Ancelmo.

"A gente vai tentar entender por que tamanha quantia de dinheiro para essas contratações", disse o procurador da República Felipe Bogado.

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Em documentos públicos enviados à Justiça Federal, os procuradores são mais contundentes a respeito do elo entre Teixeira e Diniz.

Eles afirmam que a Receita Federal mostrou que Diniz, "valendo-se de subterfúgios para utilizar verba pública federal do Sesc-Senac", gastou R$ 180 milhões com serviços de advocacia cuja contratação não seguiu "regras mínimas".

Dizem ainda que esses pagamentos foram feitos "fora de qualquer padrão razoável".

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Danielle Paraíso, ex-mulher de Diniz e que trabalhou em uma diretoria do Senac-RJ, disse em depoimento que foi o advogado Fernando Hargreaves que aconselhou Orlando Diniz a procurar Roberto Teixeira em 2012.

"Teixeira poderia resolver a questão por ter boa relação com Carlos Eduardo Gabas, então presidente do conselho fiscal do departamento nacional do Sesc, que assinava pedidos de intervenção e denúncias."

Os procuradores também apontam que houve um pagamento em espécie de R$ 500 mil ao escritório de Teixeira viabilizado pelo doleiro Alvaro Novis, conhecido por atuar para Cabral e a Odebrecht.

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Segundo a testemunha, os advogados do escritório aceitaram que o contrato fosse firmado com a Fecomércio-RJ, que não passa por auditorias da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União.

Outra testemunha, o diretor regional do Sesc-RJ Julio Cesar Gomes, diz que Diniz acreditava que Teixeira "conseguiria a cadeira nacional para ele", em referência à Confederação Nacional do Comércio, e "resolveria seu problema político".

Uma gerente do Senac-Sesc, Veronica Gomes, disse que Diniz firmou uma "cooperação técnica" da Fecomércio-RJ com os dois órgãos, a partir de 2014, a fim de utilizar as receitas das entidades para arcar com gastos com advogados "a partir da briga com a Confederação Nacional do Comércio, principalmente para recuperar a presidência do Sesc".

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O nome de Lula não é citado no documento. O ex-presidente é o principal cliente do escritório.

Teixeira já é réu em duas ações penais da Lava Jato em Curitiba junto com Lula. No mesmo escritório, trabalha Cristiano Zanin Martins, genro de Teixeira e responsável pela defesa do petista em todas as ações penais contra ele.

A Operação Jabuti prendeu outras três pessoas e apontou que Cabral foi beneficiado também por meio da contratação de ao menos seis funcionários fantasmas que eram formalmente vinculados ao Sesc e ao Senac, mas que trabalhavam para o ex-governador.

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Essa fase da Lava Jato apontou ainda lavagem de R$ 3 milhões por meio de uma empresa de Diniz, a Thunder, com a participação de Cabral.

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