ITALO NOGUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Tribunal Regional Eleitoral decidiu nesta quarta (29) manter a prisão preventiva do ex-governador Anthony Garotinho e liberar a ex-governadora Rosinha Garotinho sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.
Por unanimidade -cinco votos-, os magistrados entenderam que há risco de o ex-governador coagir testemunhas durante o processo. Em relação a Rosinha, o tribunal considerou que ela apenas anuiu com as supostas fraudes na Prefeitura de Campos para alimentar o caixa dois do grupo político do marido.
Rosinha foi proibida de sair do Rio e instada a manter recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga. As duas decisões acompanharam a posição da Procuradoria Regional Eleitoral.
"Foi caixa dois com ameaça e uso indevido da máquina pública. Essas condutas narradas são graves e justificam a prisão preventiva", disse o procurador Sidney Madruga, ao defender a manutenção de prisão do ex-governador.
Os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho foram presos na semana passada sob acusação de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.
As investigações identificaram que a JBS firmou contrato fictício com uma empresa para repassar R$ 3 milhões para a campanha derrotada de Garotinho a governo do Rio, em 2014. O Ministério Público denunciou oito pessoas. De acordo com a acusação, o município atrasava pagamentos com o objetivo de forçar a doação das firmas para o grupo político do ex-governador. O esquema foi delatado por um dos empresários, em depoimento ao Ministério Público do Rio, que apontou inclusive a existência de um "braço armado" do grupo.
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