SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux afirmou nesta segunda (2) que por força da Constituição, o único poder que pode proferir decisões finais é o Poder Judiciário, em referência ao afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato e recolhimento noturno decidido na semana passada pela 1ª Turma do STF. As informações são da Agência Brasil.
O senador Aécio Neves foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva e obstrução de Justiça, com base nas delações premiadas dos administradores da J&F. Em pronunciamentos, vários senadores disseram que o afastamento é uma interferência entre os poderes.
O ministro Luiz Fux enfatizou que a cultura do descumprimento da decisão judicial é condicente ao caos político e institucional e à destruição da ideia de um Estado de Direito. Mas, segundo ele, o caso não deve gerar uma crise entre os poderes Legislativo e Judiciário no país. Eu acho que não surgirá uma crise, até porque surgirá, certamente, alguma solução institucionalmente legítima. As relações institucionais ficaram um pouco diferentes, porque nesse tempo o Judiciário atuou de acordo com interesses institucionais nacionais, em consonância com os demais poderes. A diferença agora é que, por força da Constituição Federal, o STF tem competência constitucional para julgar os membros de outros poderes, mas isso não deve ser uma regra que viole o princípio da harmonia e independência dos poderes.
Ele disse que respeita a dialética e as opiniões divergentes sobre a questão e lembrou que o STF vai votar no dia 11 de outubro [ação que questiona se é necessário submeter ao Congresso o afastamento de parlamentares], e a decisão colegiada será respeitada por todos.
O plenário do Senado deve votar nesta terça-feira (3) o afastamento do senador do senador Aécio Neves.
O ministro Luiz Fux participou do seminário Questões de Gênero Abordagem Social e Jurídica, organizado pela Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro), no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, onde falou sobre o tema Dignidade da Pessoa Humana e Cidadania.
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