O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza na noite desta quinta-feira (2) em Foz do Iguaçu, região Oeste do Paraná, um comício ao lado de seus candidatos a presidente Dilma Rousseff (PT) e ao governo do Paraná, Osmar Dias (PDT). O evento está sendo chamado por aliados de Osmar Dias como "o comício da virada", uma vez que o pedetista está entre 13 e 16 pontos atrás de seu adversário, Beto Richa (PSDB) nas pesquisas de intenção de voto Ibope e Datafolha, divulgadas na semana passada).
Lula está em Foz do Iguaçu desde a noite de quarta-feira (1), para uma série de eventos oficiais como a aula inaugural da Universidade Federal da Integração Latino Americana (Unila), marcada para hoje. Mas é o comício de logo mais o grande evento do presidente no Paraná nesta visita. Colar Osmar à imagem do presidente e mostrá-lo como o candidato da ex-ministra Dilma Rousseff no Paraná é a principal estratégia da campanha do pedetista para tentar tirar a diferença imposta por Beto Richa.
Para isso, a campanha se apega a dois dados: a recente virada de Dilma sobre José Serra (PSDB) no Paraná, último Estado a dar vantagem à candidata petista nas pesquisas, e os números da pesquisa Datafolha (19550/2010 - TRE//PR) divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, que aponta que 42% dos eleitores que disseram votar em Dilma declararam voto em Richa para o governo, diferença mínima para os 45% que declararam voto em Dias.
"É nesses 42% que temos que trabalhar a virada. O Lula começou a aparecer agora na campanha do Osmar. O povo está apenas começando a descobrir que quem é Lula e Dilma é Osmar. O presidente está vindo pela segunda vez nessa campanha ao Paraná e, depois desse comício, isso deve ficar mais claro na cabeça do eleitor", disse o presidente estadual do PT, deputado Ênio Verri, que considerou natural a parcela grande de eleitores petistas propensos a votar no PSDB no Estado.
"Essa parcela não é dos eleitores do PT dentro dos sindicatos, do MST, do Movimento Estudantil. São os novos eleitores do Lula, das periferias, os pobres do interior, que sentiram os efeitos do governo Lula. E esses não têm a informação de que candidato representa cada linha de pensamento. Por isso temos que deixar bem claro para eles quem é o candidato de Lula", disse.
Diferente de outros Estados, a candidatura de Osmar Dias não foi diretamente associada a Lula e Dilma porque o senador paranaense definiu sua aliança no último dia de prazo para as convenções partidárias, tendo negociado, até essa data, tanto com o PT quanto com o PSDB.
Já a coordenação de campanha de Beto Richa sustenta que a vinda de Lula não deverá alterar o quadro no Paraná. "A imagem do Lula está sendo massivamente utilizada desde o início da campanha e, até agora, a diferença só aumentou", provocou o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni. Para ele, os números do Datafolha mostram que o candidato do PSDB tem consistência. "Ele tem voto em todos os partidos e todas as camadas sociais. Está consolidado".
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