BELA MEGALE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-ministro Paulo Bernardo foi solto na noite desta quarta-feira (29) depois de passar seis dias na prisão.
Ele foi um dos alvos da operação Custo Brasil, que investiga desvios no Ministério do Planejamento iniciados quando o petista chefiou a pasta.
Ao deixar a prisão, por volta das 23h, o ex-ministro disse que se sentia "constrangido".
"Acho que foi para isso que eu vim aqui. Sou inocente, isso vai ficar demonstrado. Essa prisão não era necessária. Eu estava em local encontrável, me coloquei à disposição da Justiça várias vezes para depor e durante dez meses. Felizmente, o ministro Dias Toffoli, do Supremo, teve o mesmo entendimento", disse Paulo Bernardo.
Toffoli afirmou que não há elementos no processo que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, como uma possível fuga de Paulo Bernardo para o exterior ou o risco de interferência nas investigações e cometimento de novos crimes se colocado em liberdade.
Questionado sobre a suspeita de ter recebido propina por meio do seu advogado Guilherme Gonçalves, que, segundo as investigações, pagou despesas do petista, ele afirmou que "isso não tem o menor cabimento, minhas despesas são pagas com meu salário".
Paulo Bernardo disse ainda que sua prisão foi embasada nas delações premiadas do ex-vereador Alexandre Romano, o Chambinho, e do ex-senador Delcidio do Amaral, em que "houve muita manipulação".
Além dele, outros sete presos da operação foram soltos após o despacho do juiz Paulo Azevedo, que seguiu o entendimento do ministro Toffoli.
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