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Índios no Maranhão trocam cacique por grupo de conselheiros

ISADORA BRANT, ENVIADA ESPECIAL MARANHÃO (FOLHAPRESS) - Conselhos formados por índios no lugar de caciques, como a Funai exigia, além de autonomia para escolher os próprios professores e agentes de saúde, são exemplos de mudanças que os Ka’apor conseguir

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.09.2015, 09:48:17 Editado em 27.04.2020, 19:56:40
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ISADORA BRANT, ENVIADA ESPECIAL
MARANHÃO (FOLHAPRESS) - Conselhos formados por índios no lugar de caciques, como a Funai exigia, além de autonomia para escolher os próprios professores e agentes de saúde, são exemplos de mudanças que os Ka’apor conseguiram implementar.
‘Os Ka’apor vivem um processo de descolonização imposta pelo Estado, reconstruindo sua cultura a partir dos próprios princípios, isso deveria ser apoiado pelo poder público. Esse processo tem se traduzido em melhoria de vida‘, afirma Rosimeire Diniz, do Conselho Indigenista Missionário do Maranhão, sobre os Ka’apor.
Os índios defendem ainda que seus líderes sejam reconhecidos pela Funai, para cuidar das tomadas de decisões -como, por exemplo, se responsabilizar pelo censo das aldeias, outra nova rotina o que já foi aceita.
Tais iniciativas e forma de organização fizeram com que os Ka’apor recebessem apoio financeiro da Embaixada da Noruega para o projeto de Etnomapeamento, que identificou todas as aldeias, mapeou as áreas afetadas por invasores e criou estratégias contra o desmatamento.
A etnia, formada por cerca de 2.200 integrantes, está localizada na TI (terra indígena) Alto Turiassú. Homologada em 1982, a área está localizada no Maranhão, Estado com o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil. De seus 530 mil hectares totais, 103 mil hectares já foram desmatados toda área ao redor foi convertida em pastos e campos de arroz.
Em setembro de 2014, eles ficaram conhecidos no mundo com as fotografias divulgadas pela agencia Reuters de madeireiros, imobilizados e seminus, que trabalhavam ilegalmente.
A tensão na região se prolonga por mais de 25 anos. O Ministério Público move uma ação desde de 2013, determinando que a Funai e o Ibama instalem postos de vigilância. Nada foi feito até agora. Segundo o Ibama, a ação ainda sob avaliação da Justiça, e a implementação teria um alto custo.
Sem ajuda das entidades competentes e sem suporte financeiro do governo, os Kaapor decidiram proteger seu território sozinhos. Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a violência se intensificou desde então.

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