MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

Senadores que foram à Venezuela desembarcam em Brasília

A comissão de senadores brasileiros que foi à Venezuela para tentar visitar presos políticos voltou ao Brasil no início da madrugada desta sexta-feira (19). A comitiva desembarcou na Base Aérea de Brasília pouco depois de meia-noite.Os parlamentares viaja

Da Redação

·
Senadores desembarcaram no Brasil no início da madrugada desta sexta-feira (19) (Foto: Lucas Salomão / G1)
Icone Camera Foto por Reprodução
Senadores desembarcaram no Brasil no início da madrugada desta sexta-feira (19) (Foto: Lucas Salomão / G1)
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.06.2015, 10:12:00 Editado em 27.04.2020, 19:58:55
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A comissão de senadores brasileiros que foi à Venezuela para tentar visitar presos políticos voltou ao Brasil no início da madrugada desta sexta-feira (19). A comitiva desembarcou na Base Aérea de Brasília pouco depois de meia-noite.Os parlamentares viajaram à Venezuela nesta quinta (18), mas decidiram retornar ao Brasil sem cumprir a agenda planejada por causa da dificuldade de sair do Aeroporto de Caracas.

continua após publicidade

O Ministério das Relações Exteriores disse que o governo brasileiro lamenta os "incidentes" que frustaram a visita de senadores brasileiros a opositores presos do regime do presidente Nicolás Maduro. No texto, a pasta diz também que são "inaceitáveis" atos hostis praticados contra eles por manifestantes.

Após desembarcar em Brasília, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que o ocorrido na Venezuela é "inadmissível" e disse que a oposição irá exigir uma posição "dura" do governo brasileiro. "Nós vamos, do ponto de vista político, congressualmente fazer as retaliações necessárias", complementou.

continua após publicidade

Ao ser questionado sobre possíveis medidas que o governo brasileiro poderia tomar, Aécio disse esperar que "no mínimo" o embaixador do Brasil na Venezuela seja chamado de volta ao país para dar explicações. "Para saber o que houve, quem orquestrou isso, quais foram os objetivos. [...] Se alguma dúvida existir em relação à escalada autoritária na Venezuela, nós voltamos de lá sem dúvida alguma: Venezuela precisa da atenção de todas as democracias do mundo", disse o tucano.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), disse que a presidente Dilma deve "tirar as consequências" do episódio e reagir "duramente" a uma "clara provocação" do governo venezuelano.


"É preciso que a presidente da República, que é quem conduz a política externa brasileira, tire as consequências desse episódio. Está claramente demonstrado que o regime político da Venezuela descumpre os compromissos assumidos pelo Brasil, e pela Venezuela, pelos direitos humanos e pela democracia", ressaltou. De acordo com a comitiva de senadores, a Comissão de Relações Exteriores irá convocar para depor ao Senado o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o embaixador brasileiro na Venezuela, Rui Pereira. 

continua após publicidade

"Simplesmente, a nossa embaixada nos virou as costas", afirmou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). Ele se referiu ao fato de o embaixador não ter acompanhado a delegação durante a visita a Venezuela. Integrante da base aliada, mas crítico ao governo Dilma, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) afirmou que o episódio, denominado por ele de "arapuca", foi orquestrado. Ferraço, inclusive, acusou o embaixador brasileiro de ter participado da "orquestração." "Lamentavelmente eu estou convencido de que esta orquestração participou o embaixador do Brasil na Venezuela, o senhor Rui Pereira. Ele foi parte desta orquestração", acusou.

De acordo com a assessoria de imprensa do senador Aécio Neves, os senadores tentaram ir a uma penitenciária, mas o trânsito estava muito ruim devido às vias que estavam bloqueadas.
Os senadores brasileiros foram cercados por manifestantes em Caracas. O grupo de oito pessoas foi ao país vizinho para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a libertar presos políticos e marcar eleições parlamentares. Viajaram à Venezuela o presidente da Comissão de Relações Internacionais, Aloysio Nunes, além dos senadores Aécio Neves, Cassio Cunha Lima, José Agripino (DEM-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Ricardo Ferraço, José Medeiros (PPS-MT) e Sérgio Petecão (PSD-AC). Aloysio Nunes publicou em sua conta no microblog Twitter que a comitiva decidiu retornar ao Brasil, diante da impossibilidade de cumprir a agenda programada em Caracas.

O grupo ainda não decidiu se retornará em outra oportunidade à Venezuela. Segundo informações da assessoria do PSDB, os senadores optaram por aguardar a posição formal do governo brasileiro para tomar a decisão.

continua após publicidade

O Itamaraty informou que solicitou e recebeu do governo venezuelano a garantia de custódia policial para a delegação durante sua estada no país. De acordo com a pasta, o embaixador do Brasil na Venezuela recebeu os senadores na sua chegada ao aeroporto. O ministério também disse que os parlamentares embarcaram em veículo da embaixada brasileira.


Conforme o Ministério das Relações Exteriores, havia um engarrafamento quando a comissão decidiu retornar ao aeroporto após o incidente. O G1 entrou em contato com a Embaixada da Venezuela, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. De acordo com relatos de Aécio Neves, Ronaldo Caiado e Aloysio Nunes no Twitter e no Facebook, o grupo foi "sitiado". O senador Aloysio Nunes informou que a comitiva tentou, sem sucesso, sair do aeroporto. "Ficamos por quase meia hora tentando sair das cercanias do aeroporto, mas fomos impedidos. Ouvimos duas justificativas esfarrapadas. A primeira foi a de que o impedimento se deu por causa do transporte de um prisioneiro vindo da Colômbia. A segunda foi uma acidente", postou.

Em sua conta no Twitter, Aécio Neves disse que os parlamentares foram “sitiados em via pública” e que a van em que eles estavam foi atacada por manifestantes. “Acabo de falar com o presidente do Senado [Renan Calheiros]. Ele fará um protesto formal sobre as agressões que sofremos e cobrará uma posição da presidente”, publicou o tucano.


Também por meio de sua conta no Twiter, Caiado disse que o grupo não conseguiu sair do aeroporto. "Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan", postou o senador. Repercussão Após o episódio com os senadores brasileiros em Caracas, a presidente Dilma Rousseff se reuniu no Palácio do Planalto com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Da Venezuela, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), cobrou de Dilma que o embaixador brasileiro no país vizinho, Rui Pereira, seja chamado de volta a Brasília para dar explicações sobre o incidente. 

Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmaram na tarde desta quinta que cobrariam do governo brasileiro reaçãoao episódio de hostilidade relatado pelos senadores. Renan chegou a falar por telefone com Dilma. Segundo ele, a ligação seria para cobrar uma reação “altiva” do governo brasileiro em relação ao ocorrido com os parlamentares. Eduardo Cunha afirmou que a Casa “não concorda com nenhum tipo de agressão ou retaliação” contra quem quer que seja e que irá se “associar a qualquer tipo de reação”. No plenário da Câmara, os deputados aprovaram uma moção de repúdio contra o episódio de hostilidade relatado pelos senadores. Na Câmara, diante das discussões sobre o episódio dos senadores na Venezuela, a sessão no plenário foi encerrada e a votação das desonerações foi adiada para a próxima terça-feira.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "Senadores que foram à Venezuela desembarcam em Brasília"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!