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Lula pede que militância volte a doar ao partido

No segundo dia de atividades do Congresso Nacional do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em Salvador, que a mitância petista volte a fazer contribuições financeiras ao partido. Acusado nas investigações da Operação Lava Jato de ter re

Da Redação

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O ex-presidente Lula participa de lançamento de campanha de arrecadação do PT, em Salvador (BA) (Foto: Maiana Belo/G1 BA)
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O ex-presidente Lula participa de lançamento de campanha de arrecadação do PT, em Salvador (BA) (Foto: Maiana Belo/G1 BA)
Escrito por Da Redação
Publicado em 12.06.2015, 13:06:00 Editado em 27.04.2020, 19:59:11
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No segundo dia de atividades do Congresso Nacional do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em Salvador, que a mitância petista volte a fazer contribuições financeiras ao partido. Acusado nas investigações da Operação Lava Jato de ter recebido propina de fornecedores da Petrobras, o PT vem discutindo, nos últimos meses, meios alternativos às doações de empresas para sustentar a legenda.

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Em abril deste ano, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, anunciou, após reunião do diretório nacional da legenda, que o partido deixaria de receber doações de empresas privadas. À época, o dirigente petista ressalvou que, antes de implementar a decisão, teria de submetê-la ao congresso nacional da sigla, que está sendo realizado desde esta quinta (11) na capital baiana. 

"O problema é que o partido tem que ter consciência que um verdadeiro militante do PT precisa ter a obrigação de dar pequena contribuição ao seu partido. Porque se ninguém dá, se deputados querem reduzir sua participação, se funcionários em cargo de comissão não querem dar, quem vai dar? Não vai ser nenhum tucano. Não será ninguém de outro partido político ou os coitados dos jornalistas que ganham pouco e estão sendo mandado embora em larga escala", disse Lula no lançamento de uma campanha para incentivar arrecadações ao PT.

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Lula disse aos militantes que não diria o valor da contribuição dele ao partido. "Não vou dizer quanto vou contribuir, mas serei um contribuinte forte nesse partido, não só fazendo doação que já faço todo mês, mas ajudando e pedindo para as pessoas contribuírem com nosso partido de forma regular e mensal", disse. No discurso no qual oficializou a campanha de arrecadação, o presidente do PT ressaltou aos dirigentes e militantes petistas que, diante da decisão de não receber doação de empresas, é necessário o partido encontrar meios alternativos de se financiar. “Decidimos não receber recursos empresariais para financiar atividades do PT. 

Portanto, precisamos criar condições para financiar nossas ideias e nosso partido”, destacou Falcão. O dirigente destacou que a campanha tentará obter doações até mesmo de quem não é filiado à sigla. “[A campanha de arrecadação] não é só para filiados e filiadas, mas para simpatizantes, amigos, amigas e todos aqueles que querem outra organização partidária e outro tipo de financiamento da política no país”, enfatizou. 

Em seguida, o secretário nacional de finanças do PT, Márcio Macedo, apresentou aos militantes uma ferramenta de internet criada para receber as contribuições financeiras. O site permite transferências por meio de cartões de crédito.

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Divisão internaA proposta da cúpula petista de proibir que o PT receba doações de empresas dividiu internamente a legenda. Parte dos parlamentares petistas quer manter a possibilidade de receberem recursos da iniciativa privada para campanhas eleitorais.


Nesta quinta, na abertura do congresso nacional do partido, o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), defendeu que o partido "não feche posição" sobre se deixará, de fato, de receber doações da iniciativa privada. Ao defender a campanha de arrecadação nesta sexta, Lula lembrou que, em seus primeiros anos de atividade, o PT obtinha parte significativa de sua receita por meio de doações de militantes e também por meio da venda de produtos ligados ao partido, como camisetas, adesivos e botons. O ex-presidente contou que ele mesmo vendia itens do PT para financiar suas campanhas eleitorais. 

"Eu e alguns companheiros que estão aqui, alguns da minha idade, alguns mais jovens, sabemos perfeitamente bem que a campanha de 82, que fizemos pelo país afora, cada comício que a gente fazia a gente tinha que vender camiseta. Hoje, não é nem permitido mais. A gente vendia estrelinha. Nada era dado de graça", lembrou. O ex-presidente citou ainda que, nas eleições de 1989, na qual ele disputou pela primeira vez a Presidência da República, o partido vendia até mesmo os adesivos para colocar nos carros. "Obviamente os tempos mudaram, mas acho que aquele tempo a gente fazia PT com mais intensidade do que a gente faz PT nos dias de hoje", afirmou. XingamentoNo momento da fala em que defendia que o partido voltasse a viajar o Brasil, Lula afirmou que "o povo não sabe quem xinga", ao tratar das responsabilidades dos entes da federação.

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Segundo o ex-presidente, a população muitas vezes não compreende quais são as atribuições da prefeitura, do governo estadual e federal. "Se está bem, às vezes o sucesso vai para o prefeito. Se está mal, é do governo federal. Porque o governo do estado pouco existe neste país", disse.

Lula defendeu que o partido "saia por aí" para fazer campanha e "ver se cada prefeito está cumprindo meta, se cada governador está cumprindo meta e se governo federal está cumprindo meta". Depois de lembrar de viagens que fez pelo Brasil, Lula pediu que deputados e senadores também visitem diversas cidades. "Eu acho que nosso deputados, é quase que um apelo, nossos senadores, tem que dar um fim de semana pro PT", disse. "Eu sei que cada companheiro tem que trabalhar sua base, eu sei que companheiros no fim de semana querem voltar para visitar sua cidade. Acontece que deputado é um autoridade, senador é uma autoridade. Cada lugar que chegar vai dar entrevista, e ele vai ajudar o PT a voltar a ser o que era quando a gente tinha vinte caras viajando esse país", afirmou. "Eu saía de quinta-feira em São Paulo e voltava domingo de noite. Isso um pouco que parou. As pessoas viajam mais pra prestar contas do seu mandato." CartãoDepois de defender a doação dos simpatizantes ao partido, Lula ponderou que não é possível "depender só disso" e disse que já foi vendedor de estrelas do PT. Ele também falou sobre um cartão de crédito do partido. 

"Eu queria fazer inveja pra vocês porque duvido que alguém nesse plenário tenha esse cartão de credito que eu tenho. Esse era um cartão de crédito do PT. Esse aqui não vale mais, é só lembrança", disse. Lula disse que o partido fazia propaganda do cartão e que a legenda ganhava algo cada vez que o dono do cartão consumisse algo. "Aí a Justiça Eleitoral proibiu o PT de fazer propaganda do cartão e foi desaparecendo", disse. "Eu guardei o meu.

A primeira vez que usei foi em Estocolmo. Nunca tive coragem de comprar caixa de charutos com dinheiro. Com isso, não vi dinheiro e comprei", afirmou. "Espero que um dia a gente possa fazer um desse e aí poderemos fazer compra com cartão do PT." Momento difícilLula voltou a dizer que o partido atravessa um "momento difícil, muito complicado", sem detalhar a que se referia. "Tinha muita gente que achava que este congresso seria um fracasso, li muita coisa, que Lula ia querer mudar direção, como se nosso partido ainda precisasse de imperador para vim dizer", disse. "Temos que compreender que há uma tentativa muito bem planejada de criminalizar o PT". O ex-presidente chegou a fazer comparação com o nazismo. "O importante é que a gente saiba como isso funciona. Como surgiu fascismo ou nazismo? Aí a gente sabe como isso começa. Isso começa tentando desacreditar as pessoas da sociedade. Tentando levantar coisas. Pode bater, pode um desaforado vir no congresso e achar que pode avacalhar", disse. 

Nesta quinta, um manifestante invadiu o congresso do partido e pediu o impeachment de Dilma. Abertura do congressoNesta quinta-feira, na cerimônia de abertura do Congresso Nacional do PT, Lula disse, em seu discurso, que “o povo está dizendo” que é preciso combater de forma “implacável” a inflação, que causa resultado “nefasto” às pessoas que dependem de seus salários.Depois, a presidente Dilma Rousseff defendeu as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo federal. Dilma também aproveitou seu discurso para defender a política econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo ela, o governo teve a "coragem" de fazer o ajuste, que ela qualificou como uma das "ações táticas". "O PT é um partido preparado para entender que muitas vezes as circunstâncias impõem um movimento tático", declarou.

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