JULIANA COISSI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Índios da etnia terena fizeram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (1º) em Miranda (MS) após um dos indígenas ter sido baleado numa reserva na última sexta-feira (29).
O ato desta manhã -realizado em frente ao supermercado de propriedade de um dos suspeitos- reuniu cerca de 500 terenas, de acordo com estimativa da Polícia Militar e dos próprios indígenas.
Jolinel Leôncio Terena, 38, voltava da roça do grupo com o irmão e o cunhado, quando dois homens em uma caminhonete passaram e atiraram. Ele foi atingido no braço, mas a bala resvalou e ficou alojada no abdômen. A vítima foi socorrida e permanece internada em um hospital de Campo Grande.
José do Amaral e o irmão João Carlos do Amaral, suspeitos da tentativa de homicídio, chegaram a ser presos em flagrante na mesma noite.
Por segurança, eles foram deslocados para uma delegacia da cidade de Aquidauana e depois para Campo Grande.
O responsável pelo inquérito, o delegado Leandro Costa de Lacerda Azevedo, de Miranda, disse à reportagem que não poderia confirmar se os dois ainda continuavam presos.
Em depoimento, segundo a polícia, os irmãos confirmaram que passaram de caminhonete pelo local, mas negaram ter atirado. A prisão deu-se pelo testemunho dos índios. O delegado não informou o nome do advogado que defende os Amaral.
Segundo Lindomar Terena, 41, líder da aldeia Mãe Terra, a tentativa de homicídio serviu como uma forma de intimidar os indígenas pela ocupação da área, há dez anos. Os Amaral mantinham uma fazenda na área que hoje é aldeia indígena.
A Mãe Terra é uma das cinco aldeias que compõem a Terra Indígena Cachoeirinha, onde vivem cerca de 7.000 terenas. O território foi reconhecido por meio de portaria declaratória do Ministério da Justiça, assinada em 2007, mas ainda depende de decreto de homologação pela presidente Dilma Rousseff.
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.06.2015, 17:24:02 Editado em 27.04.2020, 19:59:32
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