A Operação Lava Jato fustigou uma lista de nomes de políticos, mas nenhuma sigla foi tão atingida quanto o Partido Progressista (PP). Delator do petrolão, o doleiro Alberto Youssef apontou a participação de 32 políticos do PP no esquema de corrupção na Petrobras. Diante da quantidade de nomes, os investigadores resolveram mudar a pergunta: quem não recebeu propina? Youssef apontou o ex-prefeito Paulo Maluf (SP), o deputado Jair Bolsonaro (RJ) e a senadora Ana Amélia Lemos (RS).
Alinhada à oposição ao governo, Ana Amélia já recebeu convite do PSDB, PRB e do Solidariedade para mudar migrar de partido. Mas afirma que pretende aguardar uma posição da direção da legenda para definir seu futuro. "O PP tem de tirar todas as laranjas podres. Se você não tira uma laranja que está estragada, todas as outras correm o risco de ficarem estragadas. A contaminação é muito rápida", afirmou em etrevista ao site de VEJA.
Passadas duas semanas da divulgação da lista do petrolão, o que mudou no PP?
Foi extremamente preocupante e não esperávamos que um número tão expressivo de parlamentares da nossa bancada federal estivesse nessa lista. O desgaste político já está consumado. Por mais que eles sejam inocentados, o prejuízo é irrecuperável. Todos, dentro do estado democrático de direito, terão a necessária defesa para provar a inocência nesses episódios. Mas, para aqueles do partido que forem denunciados pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário por envolvimento em atos ilícitos de corrupção, nós teremos de usar a mesma régua moral que nós usamos para o adversário. Não tem de passar mão na cabeça, ser complacente ou assumir um caráter paternalista num ato que tem um alcance político grave e que é preciso que todos aqueles que foram responsabilizados paguem pelos delitos cometidos. Por enquanto, sabemos apenas que eles foram incluídos numa lista para investigação. A partir da investigação é que terá elementos para dizer que foi cometido ou não um delito grave. É nesse momento que haverá uma posição mais firme.
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