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Petrobras diz que Graça Foster só foi alertada por ex-gerente este ano

RIO DE JANEIRO, RJ - Quatro dias depois de ter vindo a público a informação de que uma funcionária vinha alertando a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, há cinco anos, sobre desvios, e que se omitiu diante das denúncias, a empresa decidiu negar q

Da Redação

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Graça Foster - Foto: arquivo
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Graça Foster - Foto: arquivo
Escrito por Da Redação
Publicado em 16.12.2014, 10:37:00 Editado em 27.04.2020, 20:04:53
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RIO DE JANEIRO, RJ - Quatro dias depois de ter vindo a público a informação de que uma funcionária vinha alertando a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, há cinco anos, sobre desvios, e que se omitiu diante das denúncias, a empresa decidiu negar que tais comunicações de fraude tivessem sido feitas antes de 20 de novembro deste ano, quando a empregada perdeu o cargo de gerente. 

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O novo comunicado, enviado na madrugada desta terça-feira (16), é o terceiro que a Petrobras emite sobre o caso, desde que foi divulgado pelo "Valor Econômico". 

Nos dois anteriores, a Petrobras informava que os casos relatados na reportagem por Venina Velosa da Fonseca, ex-gerente da área de abastecimento entre 2006 e 2009, então subordinada ao ex-diretor Paulo Roberto Costa, haviam sido alvo de investigação e que, portanto, providências haviam sido tomadas. 

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Segundo a reportagem, Venina havia enviado, desde 2009, uma série de e-mails relatando problemas de desvios. Inicialmente, teriam sido relatados os problemas na área de comunicação da área do abastecimento. Na época, a Folha de S.Paulo publicou que o então gerente da área havia sido demitido depois de investigações determinadas por Venina, então sua superiora hierárquica. 

A reportagem da última quinta-feira informava, ainda, que Venina havia demonstrado, em emails enviados em 2009, que se opunha à forma como as licitações eram feitas na refinaria de Abreu e Lima, dando margem a aumento de preços por aditivos, e que o atual diretor de abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, havia sido alertado sobre problemas nas obras de terraplanagem do empreendimento. Na época, Cosenza era seu colega, como gerente de refino. 

Venina também teria avisado Cosenza, em abril deste ano, sobre desvios supostamente encontrados na área de comercialização de combustíveis de navio (bunker). 

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Se, no texto enviado na sexta-feira, a Petrobras punha em xeque o motivo pelo qual Venina trazia a público as denúncias, afirmando que ela agia em resposta à perda do cargo de gerente em novembro, como já havia ameaçado, desta vez a empresa partiu para o desmentido. 

O novo texto diz que, quatro mensagens enviadas por Venina, em 2009, 2011 e em fevereiro deste ano, enviadas pela funcionária, "não explicitaram irregularidades relacionadas à Rnest [como é conhecida internamente a refinaria], à comunicação do abastecimento e à área de comercialização de combustível de navio". 

De acordo com a Petrobras, "os temas supracitados foram levados ao conhecimento da presidente através de e-mail recente, de 20/11/2014, quando a empregada já havia sido destituída de sua função gerencial. Nesta data, as irregularidades na comunicação do abastecimento e na Rnest já haviam sido objeto de averiguação em comissões internas de apuração, bem como as irregularidades da área de comercialização de combustível de navio, em grupos de trabalho". 

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Sobre a informação de que Venina havia informado Cosenza sobre irregularidades na terraplanagem, a Petrobras informou que a responsabilidade de acompanhar a obra era dela, porque era gerente executiva corporativa do abastecimento, enquanto Cosenza era gerente executivo de refino. Diz, ainda, que, em vez de relato sobre desvios de recursos, Venina teria se limitado a, em 2009, encaminhar a Cosenza, sem comentários adicionais, um e-mail em que havia enviado a Costa relatando riscos da obra que poderiam levá-la a aumento de preços, sem alertar para desvios de recursos. 

A Petrobras reconhece, porém, que as irregularidades na área de bunker foram relatadas por Venina a Cosenza em e-mail de abril de 2014, mas que "as medidas de tratamento adotadas pela Petrobras já estavam implementadas e os procedimentos absolutamente ajustados e em atendimento a padrões corporativos que conferiam maior segurança e rastreabilidade". A empresa diz ter iniciado a apuração dos problemas em 2012. 

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Nesta terça-feira, a Folha de S.Paulo publicou que as denúncias de Venina deixaram Graça extremamente irritada, na quinta-feira. 

Uma primeira nota foi divulgada no mesmo dia, depois das 22h, em que a Petrobras alegava ter tomado providências em relação a todas as denúncias. A ordem, porém, era produzir uma outra nota que ajudasse a minar a credibilidade da denunciante. A redação de seu conteúdo chegou a avançar pela madrugada e consumiu toda a sexta-feira.

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Naquele dia, Graça se dividia também em atenção com o conselho de administração da empresa, que promovia uma desgastaste reunião para decidir se devia-se ou não divulgar o balanço, atrasado havia 28 dias. O balanço acabou adiado novamente. 

A segunda nota foi divulgada na sexta-feira à noite, quando a empresa disse que Venina agia motivada pela perda do cargo de gerente, o que aconteceu em novembro depois de concluídas as investigações internas sobre irregularidades em Abreu e Lima. 

"A empregada guardou estranhamente por cerca de 5 anos o material e hoje possivelmente o traz a público pelo fato de ter sido responsabilizada pela comissão". 

O relatório da comissão aponta Venina como um dos onze funcionários da Petrobras responsáveis por irregularidades nas contratações de Abreu e Lima. 

Segundo o documento, coube a Venina, a pedido de Costa, a produção de documento que pedia à então diretoria a antecipação em um ano da obra de Abreu e Lima, para agosto de 2010. A antecipação, segundo a investigação, abriu margem para o aumento de custos da ordem de R$ 4 bilhões. 

Como gerente de Costa e conselheira da refinaria de Abreu e Lima, Venina assinava todos os atos, inclusive licitações, ligadas a Abreu e Lima.

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