Integrantes do comitê da presidente Dilma Rousseff candidata petista à reeleição, afirmam que já estão se preparando psicologicamente para um empate ou ultrapassagem de Aécio Neves nas primeiras pesquisas de intenção de voto deste segundo turno.
O reconhecimento desse risco é simbólico. Até domingo (5), o partido enxergava o PSDB como freguês e não previa que o candidato tucano ameaçasse a presidente da República, muito menos nas primeiras pesquisas de intenção de voto.
Petistas têm motivos de sobra para um certo fatalismo. O partido levou uma surra em São Paulo. Auxiliares de Dilma afirmam que, lá, dos atuais 24 deputados estaduais, somente 14 foram eleitos. Na Câmara Federal, da bancada de 15 passou para 10. Nem mesmo o senador Eduardo Suplicy, muito popular no Estado, foi reeleito.
Mais um cenário do desafio que se tornou o maior colégio eleitoral do Brasil: o tucano venceu a petista em municípios do ABC paulista, berço do histórico do PT, caso de São Bernardo do Campo e São Caetano.
Assessores de Dilma culpam Luiz Marinho, coordenador da campanha no Estado e prefeito de São Bernardo do Campo, pelo mau desempenho na região.
O tema que mais estimula o antipetismo no Estado, segundo os próprios integrantes do partido, é a corrupção.
Ao saber do resultado nessas cidades, um coordenador da campanha de Dilma reagiu com um palavrão durante conversa telefônica com a Folha.
Ainda não há estratégia fechada para melhorar o desempenho de Dilma em São Paulo. Coordenadores da campanha estão reunidos com a presidente no Palácio do Alvorada nesta segunda. Inicialmente, Dilma iria à Bahia nesta tarde, para ampliar a vantagem no nordeste, mas assessores afirmam que a viagem foi suspensa.
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