SÃO PAULO, SP - O debate sobre propostas para a mobilidade do paulista elevou o tom da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e gerou uma nova troca de provocações entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e seu adversário Alexandre Padilha (PT).
Após ser acusado pelo tucano de ter "mentido" na propaganda eleitoral na televisão, o petista reagiu na tarde desta quarta-feira (7) e afirmou que o governador "imitou" sua ideia de oferecer descontos para o transporte integrado na região metropolitana.
O embate começou após o petista apresentar em seu programa a proposta do Bilhete Único Metropolitano, que vai oferecer desconto de 25% para as pessoas que usam a integração entre EMTU, CPTM e metrô na região metropolitana. Pela proposta, toda pessoa que circular em alguma cidade da Região Metropolitana e precisar pegar ônibus, metrô ou trem vai pagar apenas uma passagem.
Segundo o governador, a propaganda do petista promete um benefício que já foi adotado desde o mês passado pelo governo de São Paulo, o cartão BOM (Bilhete de Ônibus Metropolitano).
"Era mentira. O cartão BOM já está implantado e uma média de 330 mil pessoas por dia já usam. O cartão já está funcionando", afirmou.
Padilha reagiu e disse que Alckmin recorre à Justiça para evitar discussões de projetos para São Paulo.
Neste terça-feira (9), a Justiça Eleitoral acatou solicitação do tucano e decidiu impedir que o petista veicule comerciais sobre o cartão BOM.
De acordo com o despacho da juíza Cláudia Lucia Fonseca, o programa do petista veiculou comercial que pode "induzir a erro o eleitorado paulista". A decisão cabe recurso.
"O governador que não venha com esta irritaçãozinha que não vai me calar", disse Padilha. "Toda vez que a gente toca o dedo na ferida, ele corre para tentar evitar que a verdade apareça. Foi assim quando dissemos que ele criou o Mais Crimes por causa dos índices de criminalidade e de novo agora", afirmou.
O petista afirmou que Alckmin deu um desconto muito menor do que o sugerido por ele e que só agiu depois que tomou conhecimento de sua proposta.
"O Bilhete único é muito melhor que esse bom eleitoral que ele apresentou. Enquanto ele está no bom, o nosso bilhete único é ótimo, vai durar por quatro anos e não apenas no período de eleição."
ATAQUES
Padilha também partiu para o ataque contra o candidato do PMDB, Paulo Skaf, segundo colocado nas pesquisas. O petista, que está na terceira colocação, disse que vai manter a estratégia de mostrar as diferenças em relação aos adversários. Ele afirmou que Skaf "vestiu a carapuça" de que representa os eleitores mais ricos.
A ideia é carimbar no peemdebista o rótulo de candidato dos patrões. A estratégia de foi criada pelo PT no início da campanha e deixada de lado por conta de um eventual apoio no segundo turno. Ela voltou a ser utilizada em discursos e na propaganda eleitoral de Padilha nas últimas semanas, após bronca do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no afilhado político.
Deixe seu comentário sobre: "Essa irritaçãozinha de Alckmin não vai me calar, diz Padilha"