SÃO PAULO, SP - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cobrou uma "investigação profunda" nas suspeitas de corrupção envolvendo a Petrobras. "É muito grave", afirmou o tucano neste domingo (7), logo após assistir ao desfile do Dia da Independência no Anhembi, na zona norte de São Paulo.
Candidato à reeleição, Alckmin preferiu atenuar o impacto das novas suspeitas ao resultado das eleições de outubro. "É uma questão menor. O importante agora é a investigação". Apesar de não querer fazer um prejulgamento, o tucano ainda disse que "como pode a Petrobras, empresa conceituada e de mais orgulho para o país, ter sido literalmente assaltada".
Segundo a revista "Veja", o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, preso há três meses, disse a Polícia Federal, fazendo uso da delação premiada para reduzir a pena, que os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB) e Henrique Alves (PMDB), são beneficiários de um esquema de corrupção que nasceu dentro da estatal de petróleo.
A revista afirma também que o ministro Edison Lobão (Minas Energia) e o presidenciável Eduardo Campos (PSB), morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP), também estavam atrelados ao esquema.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, seria o suposto elo entre as propinas paga pela Petrobras e o Partido dos Trabalhadores. A maioria dos envolvidos nega participação em qualquer esquema ilícito. Outros, ainda não se pronunciaram.
Se no plano estadual o tucano lidera com folga a preferência dos eleitores, segundo as pesquisas eleitorais, no plano nacional o PSDB corre riscos de ficar fora do segundo turno.
Perguntado se a expectativa era vencer no Estado no primeiro turno, Alckmin desconversou. "Não. Eleição é humildade e trabalho. Quem tem que falar sobre eleição é a população. Nós estamos trabalhando bastante e acho que tem caminhado bem", afirmou o governador.
DESFILE
O desfile do 7 de Setembro levou um bom público às arquibancadas do Anhembi, apesar de elas não terem ficado lotadas como ocorreu nos anos anteriores, segundo a prefeitura de São Paulo. Durante mais de duas horas, várias escolas do Estado e suas bandas além de muitos grupamentos das forças armadas desfilaram pelo Anhembi.
No trecho do desfile feito por grupos históricos do Exército brasileiro, como a FEB (Força Expedicionária Brasileira), que esteve na Segunda Guerra Mundial, veteranos de guerra americanos e ingleses também participaram do ato cívico. A cavalaria, chamando muito a atenção principalmente do público infantil, encerrou o desfile.
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