SÃO PAULO, SP - Marina Silva, candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos, morto na quarta-feira (13) em um acidente aéreo, recebeu nesta sexta-feira (15) a visita de uma comitiva do PSB no apartamento em que está hospedada em São Paulo.
O presidente da legenda, Roberto Amaral, dois coordenadores da campanha de Campos, Carlos Siqueira e Milton Coelho, e a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) estavam acompanhados de Walter Feldman (Rede Sustentabilidade).
Bastante emocionado, Amaral disse que não é o momento de falar sobre o futuro da coligação, o que deverá acontecer apenas na próxima quarta-feira (20), em reunião do PSB. "Antes de tudo somos seres humanos. Me sinto debaixo da montanha. A nossa prioridade é enterrar Eduardo, prestar todas as homenagens", afirmou, com lágrimas nos olhos.
Ele contou que a visita à ex-senadora Marina Silva foi para comunicá-la do calendário da legenda e convidá-la para uma missa de sétimo dia que será realizada na Catedral de Brasília na terça-feira (19).
Amaral fez questão de deixar claro que qualquer decisão sobre o futuro da coligação que tinha Campos como presidenciável será "exclusivamente partidária", o que exclui a Rede Sustentabilidade. "Só participarão instâncias partidárias. Quem ditará a pauta é o PSB", disse.
O partido se reúne na próxima quarta-feira (20) para escolher o sucessor.
ACIDENTE
O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.
Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.
Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.
O PSB tem dez dias para anunciar eventual substituição do candidato. Adversários na disputa, PT e PSDB já se preparam para enfrentar Marina Silva, a vice de Campos. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.
Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.
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