SÃO PAULO, SP - O PR em São Paulo decidiu fechar aliança com o pré-candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, mesmo com a indefinição sobre o apoio do partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
O acordo será oficializado em evento previsto para quinta-feira (26), quando o PR deve indicar Tadeu Candelária, presidente estadual da sigla, como primeiro suplente ao Senado na chapa petista.
O arranjo funcionou em 2010. Na época, o PR indicou Antônio Carlos Rodrigues para ser suplente na vaga ao Senado da hoje ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT-SP).
A adesão do PR dará cerca de 1min20s para o PT na propaganda eleitoral de rádio e TV. Na conta dos petistas, Padilha terá cerca de sete minutos para expor sua plataforma em rede nacional. Este é um trunfo para o ex-ministro da Saúde, ainda pouco conhecido no Estado.
No domingo (14), o PT oficializou a candidatura do ex-ministro da Saúde ao governo de SP. Na última pesquisa Datafolha, Padilha tinha apenas 3% das intenções de voto. Ele está atrás do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que reúne 44%, e Paulo Skaf (PMDB), com 21%, segundo pesquisa Datafolha.
As negociações com os petistas haviam esfriado nas últimas semanas pois o PR queria que a presidente Dilma trocasse o ministro dos Transportes, César Borges, e condicionava o gesto ao apoio à presidente e a Padilha. Dilma, porém, não cedeu, o que dificultou ainda mais as tratativas em termos nacionais.
O PR então se dividiu. Um grupo, liderado por Rodrigues e pelo presidente do partido, Alfredo Nascimento (AM), defende o apoio a Dilma, mas há ainda quem queira a aliança com Eduardo Campos (PSB), como o deputado Anthony Garotinho (RJ), e os que preferem o tucano Aécio Neves, como o diretório do PR em Minas Gerais.
NEGOCIAÇÕES CONTURBADAS
Ainda no final do ano passado, o empresário do agronegócio Maurílio Biagi era dado como certo para a vice de Padilha.
No entanto, alegando motivos pessoais, o empresário desistiu de compor a chapa petista e a direção do PR paulista indicou, sem muito respaldo interno do partido, Cláudio Lottemberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, para a vaga. Os petistas, por sua vez, também não receberam bem a indicação, e as tratativas esfriaram.
O deputado estadual André do Prado (PR-SP) e o presidente do PR paulista, Tadeu Candelária, tomaram a dianteira das conversas sobre o apoio da sigla em São Paulo. Próximos ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), ambos retomaram o diálogo com os tucanos, enquanto Rodrigues, simpático aos petistas, preferiu se afastar das negociações.
Com o avanço das tratativas entre Alckmin e o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, e o PSB, do presidenciável Eduardo Campos, a chapa majoritária do tucano ficou praticamente fechada.
Dessa forma, o PR perdeu espaço na aliança e preferiu voltar à ideia inicial. Na sexta-feira (13), integrantes do PR avisaram os interlocutores de Alckmin que não haveria acordo para este ano.
Deixe seu comentário sobre: "Mesmo em crise com Dilma, PR fecha com Padilha em São Paulo"