BRASÍLIA, DF - Um grupo de cinco índios se acorrentou ao mastro da bandeira do Brasil em frente ao Ministério da Justiça na tarde desta quinta-feira (29).
Eles fizeram o ato para pressionar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a recebê-los para tratar sobre demarcação de terras.
Um impasse sobre a quantidade de pessoas a serem recebidas atrapalhou a negociação com o ministério. O acordo inicial era que Cardozo receberia 20 índios às 15h, mas representantes do ministro avisaram posteriormente que seriam apenas 12, o que causou descontentamento entre os índios.
Depois que os índios se acorrentaram, ambos os lados chegaram a um consenso para entrarem 18 pessoas, que entraram no prédio para o encontro por volta das 16h20. No grupo também estão quilombolas, que se juntaram ao protesto dos índios no Ministério da Justiça.
"Sem as nossas terras, é assim que nós ficamos, acorrentados, presos", afirmou a líder indígena Sonia Guajajara, do Maranhão. Os acorrentados exibiam um exemplar da Constituição brasileira e afirmaram que ela estava sendo descumprida.
Desde as 8h, cerca de 300 índios, na estimativa da Polícia Civil, ocuparam as entradas do ministério e impediram o acesso dos funcionários. Policiais militares e a Força Nacional de Segurança reforçam o policiamento do prédio para impedir uma invasão.
Na terça (27), eles entraram em confronto com a Polícia Militar durante protesto contra a Copa, nas proximidades do estádio Mané Garrincha. Os policiais usaram dezenas de bombas de gás para dispersar o grupo, que revidou com paus, pedras e até flechas contra a polícia.
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