Na esteira dos 50 anos do golpe militar, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) fez mea culpa e declarou que o golpe apoiado por lideranças eclesiásticas foi um "erro histórico" e que nem todos os danos do regime militar foram devidamente reparados.
"Se é verdade que, no início, setores da igreja apoiaram as movimentações que resultaram na chamada "revolução" com vistas a combater o comunismo, também é verdade que a igreja não se omitiu diante da repressão tão logo constatou que os métodos usados pelos novos detentores do poder não respeitavam a dignidade da pessoa humana e seus direitos."
Segundo nota divulgada pela entidade, as gerações pós-ditadura devem se manter atuantes na defesa da democracia.
A entidade cita a Comissão da Verdade, criada pelo governo para apurar as violações aos direitos humanos durante a ditadura militar, como um instrumento para "pagar essa dívida histórica" com as vítimas do regime.
"Aos poucos, a igreja foi percebendo que a finalidade desse movimento, desse golpe, que foi para preservar o país do comunismo, foi tomando outra direção. Tortura, arbitrariedade, repressão a todas as formas de expressão. Com o passar do tempo, a igreja foi percebendo seus excessos, seus desvios, então a igreja se opôs", afirmou o cardeal Raymundo Damasceno, presidente da CNBB.
Saúde
A CNBB também se manifestou a favor do projeto de lei de iniciativa popular conhecido por Saúde +10, que determina o repasse de 10% das receitas brutas da União para a saúde.
O projeto conseguiu 2 milhões de assinatura e foi entregue à presidência da Câmara em agosto. Segundo a entidade, é um "descaso e omissão explícita" dos poderes Legislativo e Executivo que esse projeto esteja há oito meses parado. "Ignorar o Saúde +10 é aumentar ainda mais o descrédito e o desencanto do povo com a política e com os políticos", afirmou a entidade, em nota.
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.04.2014, 14:04:00 Editado em 27.04.2020, 20:16:39
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