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Câmara cassa deputado que havia absolvido em agosto

BRASÍLIA, DF, 12 de fevereiro (Folhapress) - Preso há quase oito meses por desvio de recursos públicos, Natan Donadon (ex-PMDB-RO) teve seu mandato cassado na noite de hoje por ampla margem pela Câmara dos Deputados. O mesmo grupo de 512 deputados fede

Da Redação

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Câmara cassa deputado que havia absolvido em agosto
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Escrito por Da Redação
Publicado em 13.02.2014, 00:01:00 Editado em 27.04.2020, 20:18:51
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BRASÍLIA, DF, 12 de fevereiro (Folhapress) - Preso há quase oito meses por desvio de recursos públicos, Natan Donadon (ex-PMDB-RO) teve seu mandato cassado na noite de hoje por ampla margem pela Câmara dos Deputados.

O mesmo grupo de 512 deputados federais que o havia absolvido em agosto, em votação secreta, adotou postura diferente agora, na primeira vez que o Congresso analisou a perda de mandato de um congressista em votação aberta.

Foram 467 votos pela cassação - 210 a mais do que o mínimo necessário, que é 257, e nenhum pela absolvição. Só houve uma abstenção (Asdrubal Bentes, do PMDB do Pará). Em agosto, houve 131 votos pela absolvição.

Presente à sessão, Donadon chegou sob escolta policial trajando roupa branca - que é a vestimenta exigida no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília - e sem algemas. Após vestir terno e gravata em uma sala reservada, foi para o plenário, onde falou com os repórteres. Ele reclamou da votação aberta, alegando que o instrumento "constrange" os congressistas.

"A Câmara me absolveu [em agosto], eu fico me questionando o que estou fazendo naquela prisão, eu deveria estar aqui, legislando, trabalhando", afirmou o deputado, que se disse "injustiçado", "bode expiatório" e "perseguido político". "Quem é inocente não foge da raia."

O ex-peemedebista foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 13 anos de prisão devido a desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia de Rondônia por meio de contratos de publicidade fraudulentos. Ele torna-se agora o 18º deputado a ser cassado pelo plenário da Câmara desde a Constituição de 1988.

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No final de agosto, quando os parlamentares estavam protegidos pelo sigilo do voto, o primeiro deputado-presidiário da recente história democrática escapou da cassação já que só 233 colegas votaram pela perda do mandato 24 a menos do que o mínimo necessário. Outros 131 votaram pela absolvição, enquanto 41 apertaram o botão da abstenção.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), porém, acabou suspendendo Donadon e convocando o suplente sob o argumento de que o ex-peemedebista estava impossibilitado de exercer o mandato.

Hoje, Donadon circulou rapidamente pelo plenário, sentou em uma das cadeiras e foi cumprimentado por poucos colegas, entre eles Candido Vaccarezza (PT-SP) e Wladimir Costa (PMDB-PA). Chegou até a prometer uma "entrevista coletiva" aos repórteres, momentos antes de ser conduzido pela polícia de volta ao presídio. Ele não discursou, nem acompanhou o resultado da votação. Apenas pode acompanhar a fala de seu advogado.

Ruas

O fim do voto secreto em cassações foi aprovado no ano passado depois dos protestos de junho e em decorrência da repercussão negativa da absolvição de Donadon.

A votação foi articulada pela cúpula da Câmara com o objetivo de minimizar o desgaste provocado pela absolvição do ex-peemedebista em agosto.

Naquele mês, o plenário analisou formalmente se um deputado preso poderia continuar de posse de seu mandato.

Após a absolvição à sessão, o PSB protocolou uma nova representação contra Donadon no Conselho de Ética.

O novo pedido defendia a perda do mandato sob o argumento de que o ex-peemedebista quebrou o chamado decoro parlamentar, o que resulta em cassação, segundo a Constituição, por dois motivos: 1) ter votado contra a própria cassação (ele compareceu à sessão de agosto para apresentar a sua defesa), o que é proibido pelo Regimento Interno; 2) e ter saído algemado da Câmara, supostamente afetando a imagem da Casa.

"Lavar as mãos nesse caso seria tapar o ouvido ao clamor popular", discursou o relator do caso, José Carlos Araújo (PSD-BA).

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