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Base aliada impõe derrota ao governo

Por Márcio Falcão BRASÍLIA, DF, 23 de outubro (Folhapress) - Numa sessão tumultuada, a base aliada na Câmara dos Deputados impôs uma derrota na noite de hoje ao governo e decidiu dar celeridade a um projeto que cria o piso nacional dos agentes de saúde

Da Redação

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Base aliada impõe derrota ao governo - imagem - ilustrativa - arquivo
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Publicado em 24.10.2013, 01:49:00 Editado em 27.04.2020, 20:23:03
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Por Márcio Falcão

BRASÍLIA, DF, 23 de outubro (Folhapress) - Numa sessão tumultuada, a base aliada na Câmara dos Deputados impôs uma derrota na noite de hoje ao governo e decidiu dar celeridade a um projeto que cria o piso nacional dos agentes de saúde e que tem impacto nos cofres públicos.

Apesar de PT, PMDB, Pros e PP tentarem bloquear a votação, partidos da base aliada, independentes e da oposição conseguiram aprovar a chamada urgência para a matéria, garantindo prioridade na pauta de votações. Agora, os deputados discutem se vão analisar ainda hoje o conteúdo da proposta.

Ao longo do dia, o governo pressionou os aliados para evitar a discussão da urgência e do mérito do texto.

O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chegou a indicar que poderia abortar a votação passando a ideia de que teria ficado sem apoio das principais bancadas da Casa, PT e PMDB, mas foi surpreendido com o apoio dos parlamentares que reagiram a pressão das galerias do plenário lotada com representantes dos agentes, que vaiaram, cantaram o hino e pediam a aprovação do texto.

A proposta cria o piso nacional para os agentes comunitários em saúde, profissionais que trabalham com a prevenção de doenças, sob supervisão do SUS. Pelo texto, será instituído um piso salarial de R$950 e uma política de reajuste. Atualmente, esse valor é pago, mas segue uma portaria do Ministério da Saúde.

O governo resiste ao projeto porque determina reajustes anuais de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e aumento real durante três anos com base na variação do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo cálculos de parlamentares, a proposta tem um impacto de R$ 700 milhões por ano.

Se aprovado pela Câmara, o projeto ainda terá que ser votado pelo Senado. O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu o adiamento da votação para costurar um entendimento. Ele afirmou que a medida que representasse aumento para a União seria alvo de um veto presidencial. "Sob aparência de avanço, poderá haver derrota no final", disse.

Ataques

Na votação, Eduardo Alves chegou a disparar ataques ao Planalto e questionou a interferência do governo. "Não estou aqui nem para agradar nem para desagradar governos. Estou aqui para fazer a vontade desta casa e respeitá-la", afirmou. "Na dúvida entre o Poder e esta Casa sempre ficar com esta Casa. Na dúvida entre qualquer posição ficar sempre com esta casa", completou.

Ele lembrou diversos embates com o governo Dilma Rousseff, como a reforma do Código Florestal, quando ainda era líder do PMDB, a votação do orçamento impositivo para emendas parlamentares e um novo sistema de análise para os vetos presidenciais.

Eduardo Alves disse que estava enfrentando ao insistir na análise e justificou que indicava o recuo pela pressão depois da ameaça de veto presidencial ao texto.

Ele cobrou ainda que os parlamentares se comprometessem a discutir a matéria "com ou sem afago do governo". "Tenho que ter a responsabilidade. Não é fraqueza, não é fragilidade. Não quero que esses homens e mulheres sejam enganados. Que façam vitória no painel e daqui a 30 ou 60 dias tenham a frustração de saber que ganhamos, mas não levamos", afirmou.

Depois do mal-estar, Eduardo Alves costurou com os líderes uma saída e conseguiu aprovar a urgência para a matéria, garantindo prioridade na pauta de votações. Pelo acordo, o conteúdo do projeto será votado em novembro. Até lá, governistas devem retomar as negociações.

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