SÃO PAULO, SP, 19 de agosto (Folhapress) - Em entrevista a duas rádios da região do ABC paulista, a presidente Dilma Rousseff defendeu hoje a manutenção de seu veto à derrubada da multa de 10% do FGTS pago em demissões sem justa causa. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) pautou a discussão do veto para amanhã.
Dilma mencionou o tema ao responder a uma pergunta sobre pleitos das centrais sindicais, que defendem o fim do fator previdenciário e estão se mobilizando contra um projeto que cria regras para a terceirização de atividades.
A presidente disse que o governo trabalha para "buscar o consenso possível e evitar derrotas que você não consegue contornar depois" e citou o fato de que o Supremo Tribunal Federal permitiu que os vetos presidenciais possam ser analisados e derrubados posteriormente.
"Nós vetamos o fim da multa de 10% do FGTS", disse Dilma, que responsabilizou o Congresso pelo resultado da análise do veto. "Não fomos nós que pautamos os 10%. Perdemos e vetamos, agora isso vai ser analisado."
Sobre o fim do fator previdenciário, pleiteado pelas centrais, a presidente declarou estar disposta a discutir "qualquer proposta, desde que não afete a sustentabilidade financeira da Previdência nem coloque em risco as aposentadorias dos trabalhadores mais jovens".
Dilma viajou nesta segunda para São Bernardo do Campo para anunciar R$ 2,1 bilhões em recursos do PAC para as sete cidades do ABC paulista. Serão contempladas as áreas de mobilidade urbana, com R$ 796 milhões, recuperação de encostas e habitação popular. A presidente disse que serão construídas 8.500 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida para urbanizar 15 favelas na cidade.
Segundo uma estratégia traçada por sua equipe após os protestos de junho e críticas do PT à comunicação do governo, Dilma deu entrevista a duas rádios locais ao desembarcar no aeroporto de Congonhas. As emissoras escolhidas foram a rádio Brasil Atual, ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a rádio ABC.
Após as declarações aos jornalistas, ela seguiu de helicóptero para São Bernardo, onde também entregará cem retroescavadeiras para prefeitos do interior de São Paulo.
Dilma classificou a cidade do ABC paulista, governada pelo petista Luiz Marinho, como "berço de toda a luta operária moderna do Brasil" e "berço da democracia".
A presidente disse que até ela mesma saiu de São Bernardo, referindo-se ao fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu antecessor e padrinho político, ter despontado como líder sindical na cidade.
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