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Simpatizante do regime militar e ativistas "disputam" praça no RS

Por Felipe Bächtold PORTO ALEGRE, RS, 3 de julho (Folhapress) - Ativistas dos direitos humanos e simpatizantes do regime militar travam uma disputa no terreno onde funcionava uma unidade do Exército em Porto Alegre. A ONG Movimento de Justiça e Direito

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.07.2013, 15:16:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:55
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Por Felipe Bächtold

PORTO ALEGRE, RS, 3 de julho (Folhapress) - Ativistas dos direitos humanos e simpatizantes do regime militar travam uma disputa no terreno onde funcionava uma unidade do Exército em Porto Alegre. A ONG Movimento de Justiça e Direitos Humanos, com o apoio da prefeitura da capital gaúcha, vai instalar nas próximas semanas no local, na região central da cidade, uma placa informando que ali existiu um quartel onde foram praticadas torturas e prisões ilegais.

A iniciativa faz parte do projeto "Marcas da Memória", que prevê a indicação pública de lugares usados pela ditadura para cometer crimes.

Curiosamente, na semana passada o vereador João Carlos Nedel (PP), conhecido por defender o regime militar, inaugurou em solenidade um novo nome para o trecho de rua que passa em frente ao local: General Zenóbio da Costa, em homenagem ao fundador da polícia do Exército, morto em 1962.

Nedel foi o autor de um projeto instituindo o nome. A inauguração contou ainda com a presença de militares da reserva e da ativa.

O prédio onde funcionava o quartel já não existe mais. Na placa que conta o histórico do local, os ativistas pretendem informar que ali Carlos Lamarca, um dos mais famosos opositores do regime, permitiu a fuga de um oficial que havia sido detido.

No ano passado, manifestantes que pedem a punição de crimes da ditadura fizeram um protesto na praça e colaram adesivos com referências às torturas ocorridas no quartel.

O ativista Jair Krischke, do Movimento de Justiça, diz que a iniciativa do vereador de batizar a via em frente é uma "reação" ao plano de sinalizar locais usados pela repressão na cidade. Também critica a homenagem a um militar em um lugar que ficou conhecido por crimes do regime.

Procurado pela reportagem, Nedel, 71, diz que desconhece o "Marcas da Memória" e que nem sabia da inauguração do monumento pela ONG. "Aquela rua não tinha nome e foi uma forma de homenagear o Exército. Os militares ficaram muito satisfeitos", diz.

Para ele, o país "perde tempo" com investigações sobre aquele período. Em 2011, Nedel ajudou a barrar iniciativa de vereadores do PSOL que propunha tirar de uma grande avenida de Porto Alegre o nome do primeiro presidente do regime, Castello Branco.

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