O deputado Natan Donadon (PMDB-RO) descumpriu ontem o acordo com a Polícia Federal para se entregar e passou a ser considerado foragido.
A defesa do parlamentar, cuja prisão imediata foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal, tinha combinado que ele se apresentaria até o fim da manhã na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Até o fechamento desta edição, Donadon não tinha se entregado.
Durante todo o dia, agentes da PF foram mobilizados em Brasília e em Rondônia para localizar o parlamentar e cumprir a ordem de prisão do Supremo. Além do Departamento de Operações, a PF acionou também a inteligência do órgão. Desde que foi expedida a ordem de prisão – na tarde de quarta-feira -, o nome do deputado foi incluído no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos. Também foram feitas comunicações para aeroportos, portos e postos da Polícia Rodoviária Federal.
A PF tentou ainda negociar a prisão do deputado da base aliada. O diretor-geral do órgão, Leandro Daiello, foi acionado para conversar com o advogado Nabor Bulhões – que representa Donadon – para tratar da logística da prisão. O parlamentar queria garantias de que não seria algemado nem teria imagens da sua prisão divulgadas. Havia a expectativa de que ele se entregasse durante a madrugada de hoje.
No Congresso, a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados informou que não foi notificada sobre o mandado de prisão. Segundo a direção do departamento, também não houve nenhuma solicitação de informações por parte da Polícia Federal sobre o paradeiro do parlamentar condenado a 13 anos de prisão por formação de quadrilha e peculato.
O diretor da Polícia Legislativa, Paulo Marques, disse que não recebeu nenhuma orientação sobre como proceder caso um de seus agentes se deparasse com o parlamentar nas dependências do Parlamento. “Não recebemos nenhuma ordem”, afirmou. Se Donadon fosse encontrado na Câmara, a PF teria de recorrer à Polícia Legislativa para executar a ordem de prisão. Nessa situação, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), seria consultado. “A determinação é para a Polícia Federal (prender) e não para a Polícia Legislativa”, ressaltou Marques.
Desgaste - O parlamentar não é visto no Congresso desde terça-feira. Anteontem, quando receberam a notícia da ordem do Supremo, líderes dos partidos se reuniram com o presidente Henrique Alves e ponderaram que a eventual prisão do parlamentar dentro da Casa, num momento de efervescência das ruas, desgastaria ainda mais a imagem do Congresso.
Ontem, pela segunda vez, funcionários da Comissão de Constituição e Justiça tentaram notificar o peemedebista sobre a abertura do processo de cassação de mandato, mas foragido, Donadon não foi encontrado. Caso ele permaneça foragido, a notificação será feita por meio do Diário Oficial da União. A Câmara quer dar celeridade ao processo e votá-lo antes do recesso parlamentar, que deve começar em 18 de julho.
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