Senado prorroga sessão do plenário para poder ler MP dos Portos
Por Gabriela Guerreiro
BRASÍLIA, DF, 14 de maio (Folhapress) - O governo mobilizou seus aliados no Senado e conseguiu prorrogar a sessão do plenário por mais cinco horas hoje, o que permite mantê-la aberta até a meia-noite e meia.
A orientação do Palácio do Planalto é manter a sessão em funcionamento para que a MP dos Portos seja lida ainda hoje no plenário, depois de aprovada pela Câmara dos Deputados.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esperou meia hora até que 41 senadores estivessem no plenário para garantir quorum para votar o requerimento -que foi aprovado por 36 votos a favor e quatro contrários.
Renan também registrou presença, mas é impedido pelo regimento de votar nesses casos.
A leitura na sessão de hoje é obrigatória para que a medida provisória possa ser votada amanhã no Senado. O governo corre contra o tempo para aprovar a MP porque ela perde a validade à meia-noite de quinta-feira.
Ainda não há acordo para a sua votação na Câmara, mas os deputados esperam analisá-la na noite de hoje.
Se houvesse acordo entre todos os líderes dos partidos, a MP poderia ser lida e votada amanhã. Mas o governo não quer correr o risco da votação ser derrubada, por isso mobilizou a base de apoio da presidente Dilma Rousseff.
O pedido de prorrogação da sessão foi apresentado pelo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Para permitir o funcionamento dos trabalhos, os governistas prometem se revezar em sucessivos discursos até que a Câmara aprove a medida provisória.
"Estamos incentivando todo mundo a falar, hoje é um dia bom para discursos. A estratégia é segurar a sessão com quorum de senadores para hoje seja feita a leitura da MP", disse o líder do PT, senador Wellington Dias (PI).
Em protesto contra o requerimento, a oposição não registrou presença e nem votou. O senador Mário Couto (PSDB-PA), líder da minoria, se retirou do plenário em protesto contra a manobra governista.
Aliado do Planalto, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) cobrou fidelidade dos senadores da base de apoio de Dilma. "Temos que ficar aqui até o último momento, isso aqui é importante para o país. Temos que ficar aqui em vigília para que a gente possa votar uma matéria dessa importância", afirmou.
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que será a "desmoralização completa" do Senado se mantiver a sessão aberta para atender interesses do governo. "Nós ficamos aqui nesse papel, se não de palhaço, de menino bobo, de menino buchudo, esperando que dê 23 horas, talvez antes, para ser feita a leitura aqui da MP dos Portos, porque, se passar da meia-noite, não pode mais ser feita a leitura", afirmou Jarbas.
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que o Executivo tem o interesse de ver solucionada a questão dos portos brasileiros, por isso se mobiliza para garantir a aprovação da MP.
"Na sessão de hoje há vários oradores inscritos para falar, de acordo com o regimento. Esta é uma matéria complexa, polêmica, que levou 12 semanas de construção. Faço um apelo para que possamos dar prosseguimento à nossa sessão", afirmou.
Escrito por Da Redação
Publicado em 14.05.2013, 20:11:00 Editado em 27.04.2020, 20:30:15
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