A ex-senadora e atual vereadora por Maceió, Heloísa Helena (PSOL), disse hoje pela manhã, em entrevista a uma emissora de rádio, que vai convocar um congresso extraordinário do partido para rever a escolha de Plínio Arruda Sampaio como pré-candidato à Presidência. "Aceito a decisão da base partidária e não da cúpula", afirmou Heloísa. Para ela, o PSOL deveria apoiar a candidatura da ex-ministra Marina Silva (PV).
"O partido poderia dar uma contribuição enorme ao País se colocasse em pauta as propostas sobre o desenvolvimento sustentável, que a senadora Marina Silva quer colocar, com a sua candidatura à Presidência", afirmou Heloísa, que é presidente nacional do PSOL, mas perdeu o controle do partido. "É triste. Você constrói a casa e chega alguém, que não fez nada pela construção, e quer tomar essa casa", disse ela.
Heloísa defendia a pré-candidatura do goiano Martiniano Cavalcante, mas o partido escolheu Plínio Arruda Sampaio. A escolha foi sábado, na 3ª Conferência Nacional do PSOL, realizada na Casa do Estudante Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em protesto, Martiniano não compareceu e o ex-deputado federal Babá retirou sua candidatura em favor de Sampaio, eleito por unanimidade pelos 90 delegados presentes.
A vitória de Sampaio, que é promotor público aposentado e presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), provocou um racha no PSOL. Por isso, a grande missão dele é unir o partido, caso contrário sua candidatura será inviabilizada.
Heloísa Helena, que é pré-candidata ao Senado por Alagoas, disse ainda que a decisão de convocar um congresso extraordinário para discutir eleições presidenciais foi tomada por "uma parte significativa" do partido, que não aceita a pré-candidatura de Plínio Sampaio. A ex-senadora não quis citar nomes, mas disse que o grupo se reuniu no último sábado, em um evento paralelo ao 3º Congresso do PSOL, para dar outro rumo político ao partido.
Para a ex-senadora, a escolha de Plínio Sampaio foi feita de forma antidemocrática, com o descredenciamento de representantes de pelo menos três Estados: Acre, Roraima e Minas Gerais. "Por isso, não aceitamos essa pré-candidatura e vamos retomar o assunto no congresso extraordinário, onde a vontade da base deve prevalecer", afirmou Heloísa, que declara apoio à Marina Silva, embora o PV esteja coligando-se com o DEM e o PSDB, no Rio de Janeiro.
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