Por Tai Nalon
BRASÍLIA, DF, 20 de março (Folhapress) - Em pouco menos de uma hora, a sessão da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de hoje foi suspensa devido a protestos de movimentos sociais contra o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
Marcada inicialmente para, em audiência pública, discutir atenção psicossocial a portadores de doenças mentais, a sessão foi inviabilizada por gritos de "Feliciano não me representa" e "fora racista".
Cerca de 50 manifestantes, com faixas e cartazes, ocuparam o plenário da comissão. "Hoje eu vou falar uma vez só: se atrapalharem, a Polícia Legislativa vai ter que agir", disse o pastor, antes de deixar o colegiado.
Feliciano abriu a reunião, convocou os convidados para a audiência e deixou o plenário sob vaias. A prática é comum em reuniões do tipo. Quem assumiu o comando da comissão foi o deputado Henrique Afonso (PV-AC), autor do requerimento para a convocação da audiência pública.
Um dos convidados, Aldo Zaiden, do Ministério da Saúde, deixou a audiência. Houve também novo bate-boca entre manifestantes e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).
A reportagem apurou que o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tem manifestado a colegas insatisfação com a permanência de Feliciano no comando da comissão. Alves tem dito, contudo, que não há margem regimental, como uma intervenção direta, para tirá-lo da presidência.
Numa conversa com o líder do PSC, deputado André Moura (SE), o presidente da Câmara teria sido informado de que Feliciano apenas abriria os trabalhos da comissão e se retiraria. Alves tem recomendado que o PSC atue com discrição.
Na avaliação de interlocutores, o pemedebista aguarda uma bala de prata para que a presidência possa agir de modo mais enfático. Na reunião para a instalação da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, capitaneada por opositores do pastor, o PMDB não mandou representante.
Mais cedo, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou que vai entrar ainda hoje com uma representação criminal contra Marco Feliciano. Segundo o socialista, o pastor conduz uma "campanha difamatória" contra opositores.
Eles querem que a Polícia Federal apure o eventual elo de Feliciano com a produção de um vídeo, divulgado na última segunda-feira pelo seu perfil no Twitter e publicado no canal do Youtube da empresa de seu assessor.
O vídeo chama de "rituais macabros" os atos contra a indicação do pastor para o cargo e questiona a conduta de seus opositores. Insinua que Wyllys participa de uma campanha difamatória contra evangélicos.
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.03.2013, 17:03:00 Editado em 27.04.2020, 20:32:38
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