Por Gabriela Guerreiro, Andreza Matais e Erich Decat
BRASÍLIA, DF, 1 de fevereiro (Folhapress) - O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) subiu à tribuna do Senado hoje para defender a candidatura de Renan Calheiros (PMDB-AL) à presidência da Casa. Collor acusou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ser "chantagista, prevaricador e sem autoridade moral" para apresentar denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Renan.
"Como este senhor tem autoridade moral para apresentar uma denúncia contra um senador da República que já foi julgado pelo Senado Federal, já foi julgado e absolvido, e a apresentação dessa denúncia em um sábado antecedendo a eleição do presidente desta Casa na segunda-feira seguinte? Algo de estanho paira no ar."
Gurgel encaminhou a denúncia na semana passada no processo em que Renan tornou-se suspeito de pagar despesas pessoais com dinheiro de Cláudio Gontijo, que trabalha para a empreiteira Mendes Júnior. Para justificar que tinha renda para fazer os pagamentos, Renan apresentou documentos e afirmou que tinha ganhos com venda de gado. O senador pagava pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
Autor de representação contra Gurgel que tramita no Senado, Collor disse que a Casa "não pode se agachar e aceitar denúncia inepta [contra Renan] partindo de quem está partindo".
Dirigindo-se a Renan, Collor disse que o peemedebista vai enfrentar "trovoadas que alguns já pronunciam", mas defendeu sua candidatura. "Esse senhor é prevaricador, chantagista e sem autoridade moral de colocar um senador já absolvido por esse plenário numa situação de constrangimento que ele quis colocar quando da apresentação dessa pseudo-denúncia."
Collor também fez críticas à mídia, ao afirmar que o Senado está "sempre obediente àqueles que têm o poder da divulgação". "Sempre obedientes e silentes àqueles que servem a esses que têm o poder da divulgação. É o momento este de afirmação do Senado da República."
O senador vem fazendo sucessivos ataques ao procurador desde a CPI do Cachoeira. O senador acusa Gurgel de demorar três anos para denunciar o ex-senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), enquanto adota "postura distinta" com outros políticos.
Além de Collor, diversos peemedebistas se revezam na tribuna do Senado em defesa de Renan. Senadores do grupo dos "independentes" também fazem sucessivos discursos criticando o candidato do PMDB.
Ex-candidato
Com críticas à candidatura de Renan, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que retirou seu nome da disputa porque Pedro Taques (PDT-MT), adversário do peemedebista, é um nome "ético" que pode resgatar a imagem do Senado.
"A candidatura que renunciei foi forma de reação em nome de um dos homens com os maiores republicanos nesse plenário, que é Pedro Taques", disse.
Presidente do DEM, José Agripino Maia (RN) anunciou o voto em Taques por considerar que o Congresso necessita adotar novas práticas --como vem sendo feito no Poder Judiciário. "Para o Congresso ser respeitado, precisamos eleger um nome como Taques."
Escrito por Da Redação
Publicado em 01.02.2013, 17:59:00 Editado em 27.04.2020, 20:34:44
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