Arthur Virgílio é o prefeito eleito
Por Kátia Brasil e Aguirre Talento, Enviado especial
MANAUS, AM, 28 de outubro (Folhapress) - O ex-senador tucano Arthur Virgílio, 66, é o novo prefeito de Manaus. Com 98% das urnas apuradas, Virgílio obteve 66,08% dos votos válidos, ante 33,92% de Vanessa Grazziotin (PC do B), 51.
No primeiro turno, o candidato do PSDB teve 40,55% dos votos válidos, contra 19,95% de Vanessa Grazziotin.
O tucano foi um dos principais críticos do governo Lula durante seu mandato de senador (2003-2010). Por isso, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se empenharam pessoalmente durante a campanha para derrotá-lo, mas não conseguiram transferir votos para Grazziotin.
Lula prometeu, em um comício, derrotar o tucano no primeiro turno. Dilma tentou virar jogo e pregou, em outro comício, o alinhamento político contra o PSDB. "Não perseguimos ninguém, mas meus parceiros vão ter mais condições de aproveitar melhor", disse.
Grazziotin teve a maior coligação, recebendo o apoio do PT e unindo partidos da base aliada do governo federal, como PMDB e PP. Já Virgílio se aliou inicialmente apenas com o PPS, mas no segundo turno obteve o reforço de candidatos derrotados.
Na campanha milionária --cada candidato gastou cerca de R$ 2 milhões--, Grazziotin utilizou um confronto policial com camelôs no centro de Manaus ocorrido na gestão do tucano como prefeito (1989-1992) para atacá-lo.
Também acusou cabos eleitorais de Virgílio de agressão e xingamentos: "Me chamaram de bruxa, macumbeira e sapatão", disse a candidata do PC do B.
Virgílio pediu desculpas aos camelôs e negou as agressões. "A vida pessoal dela não me interessa", afirmou.
Os dois disputaram os votos dos evangélicos. No segundo turno, Grazziotin distribuiu DVDs com o tucano defendendo a descriminalização do aborto e o casamento homossexual. "Ela (Grazziotin) vai levar uma lavada, eu vou ganhar na Assembleia de Deus, vai perder lá", disse o tucano.
O antropólogo e cientista político Ademir Ramos diz que a derrota de Virgílio na disputa pelo Senado em 2010, justamente para Grazziotin, despertou um sentimento de revanche no eleitor inconformado.
A indicação de última hora da candidata, escolhida às pressas para enfrentar o tucano, também enfraqueceu sua candidatura.
A deputada federal Rebecca Garcia (PP), que inicialmente seria a candidata do grupo, desistiu por pressões do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB) e dos evangélicos.
O caso fragmentou o grupo político hegemônico. O governador Omar Aziz (PSD), que apoiava Garcia, passou a simpatizar com a campanha de Virgílio. Mesmo desgastado, o prefeito Amazonino Mendes (PDT) apoiou o tucano.
Escrito por Da Redação
Publicado em 28.10.2012, 21:07:00 Editado em 27.04.2020, 20:38:30
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